Obama quer renovar relações EUA-Iraque

PUBLICIDADE

Por ROSS COLVIN
Atualização:

O presidente dos EUA, Barack Obama, apresentou na quarta-feira o esboço da nova relação que pretende estabelecer com o Iraque, dizendo que é hora de ampliar os laços forjados pela guerra. "Os Estados Unidos e o Iraque já conheceram tempos difíceis juntos. Agora ambos concordamos que os laços forjados entre norte-americanos e iraquianos na guerra podem abrir caminho para que o progresso possa ser forjado na paz", disse Obama. Presente ao lado de Obama no jardim da Casa Branca, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri Al Maliki, anunciou planos para uma conferência de investidores estrangeiros em outubro. "Tudo isso vem como uma reação natural à estabilidade e à orientação do governo iraquiano de unidade nacional para fornecer o que for necessário para a reconstrução (...) de um país que foi destruído por guerras, por ditadura", disse Maliki. Três semanas depois de as tropas dos EUA abandonarem as cidades iraquianas, preparando a retirada total até o final de 2011, Washington e Bagdá se empenham em demonstrar que sua relação está avançando para uma nova fase, com ênfase na cooperação não-militar. Os EUA, que perderam 4.300 soldados em seis anos de ocupação, ainda mantêm 130 mil tropas no país, fornecendo segurança e treinamento militar. Dezenas de milhares de iraquianos, civis e militares, morreram nestes anos de guerra. A primeira reunião de Maliki com Obama na Casa Branca ocorre em um momento crítico nas relações bilaterais, ainda muito marcadas por questões de segurança. Com sua visita a Washington, o premiê tenta demonstrar a independência de seu governo em relação aos EUA, estimular a volta de investimentos externos e renovar a pressão para que a ONU suspenda medidas relativas a reparações punitivas pela guerra. Maliki tenta salientar as melhorias na segurança do seu país, mas ainda há reveses. Na quarta-feira, militantes mataram cinco peregrinos que viajavam em um comboio de ônibus. Na vésperas, bombas mataram 16 pessoas em Bagdá. O Iraque ainda sofre com as divisões étnicas e sectárias entre xiitas, sunitas e curdos, e o governo Obama se preocupa com a demora no processo de reconciliação, que é uma prioridade para os EUA. Obama e seu vice, Joe Biden, têm pedido aos iraquianos que definam suas fronteiras internas, o que pode evitar disputas potencialmente explosivas por recursos petrolíferos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.