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Papa traça diretrizes da Igreja e elogia d. Claudio

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Por JAMIL CHADE

O papa Francisco apresentou neste sábado (27), em dois discursos, sua "plataforma de governo". Suas falas mostram o que ele acredita que deva ser o papel da Igreja e sua atuação no Brasil. O pontífice não poderia ser mais claro: "Saiam às ruas", disse aos bispos. "Temos de fazer uma revisão profunda das estruturas de formação e preparação do clero da Igreja no Brasil", afirmou o papa, no que foi seu discurso mais longo desde o início do pontificado e que revelou suas prioridades. "Se não formamos ministros capazes de incendiar o coração das pessoas, de caminhar com elas na noite, que podemos esperar para o caminho futuro e presente?", disse em uma reunião a portas fechadas com bispos brasileiros. "Vocês não podem delegar essa tarefa, mas assumi-la como algo fundamental para o caminho da Igreja."Outra ordem do papa foi a de que se respeitem as diferentes realidades brasileiras. "Não basta um líder nacional na Igreja do Brasil. Precisa-se de uma rede de testemunhos regionais." Ele chegou a citar a necessidade de reforçar a educação dos religiosos na Amazônia, com um clero autóctone, "até mesmo para se ter sacerdotes adaptados às condições locais e consolidar o ''rosto amazônico'' da Igreja".Se os bispos brasileiros ouviram queixas do papa, um deles não só foi poupado como amplamente elogiado: d. Claudio Hummes, cotado para servir no governo de Francisco. Para isso, ele citou a Amazônia, local para onde Hummes foi enviado nos últimos anos. "Esse é o campo de provas para a Igreja e a sociedade brasileira", disse. "Penso no acolhimento que a Igreja na Amazônia oferece ainda hoje aos imigrantes haitianos depois do terrível terremoto que devastou seu país."O papa também apresenta o que ele acreditou que deve ser o papel social da Igreja. Mas ele mesmo alerta que a atenção aos pobres não significa cair nas "doenças infantis", numa referência à Teologia da Libertação. Hoje, ele acredita que a Igreja brasileira esteja "mais madura".O santo padre ainda fez uma autocrítica diante da perda de fiéis. "Precisamos de uma Igreja que não tenha medo de entrar em sua noite. Necessitamos de uma Igreja capaz de encontrar seu caminho", declarou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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