Quadrilha quebrava sigilo para espionar políticos

Policiais, executivos de teles, bancários e pessoas ligadas à Receita Federal participavam de esquma

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Centenas de pessoas, entre elas políticos e empresários, tiveram os sigilos telefônico, bancário e fiscal quebrados ilegalmente por um esquema de espionagem do qual participavam policiais, executivos de empresas de telefonia, funcionários de bancos e pessoas ligadas à Receita Federal. Essa é a acusação dos promotores do Grupo de Atuação Especial e Controle Externo da Atividade Policial (Gecep) e do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic). Uma das vítimas foi o deputado federal José Aníbal, líder do PSDB na Câmara. Promotores e policiais que atuaram na Operação Spy 2 investigaram por quatro anos os suspeitos. Nove pessoas foram presas nesta quarta, 7, em São Paulo. Outra está foragida. Ao todo, foram pedidos à Justiça 22 mandados de busca e apreensão e as prisões de 20 pessoas. Entre os acusados estão oito detetives particulares, uma pessoa ligada à Receita, quatro funcionários da Vivo, dois bancários, um delegado, três investigadores, um escrivão e um coronel da reserva da Polícia Militar. "A fraude se banalizou. Era muito fácil conseguir informações sigilosas", disse o delegado Ruy Ferraz Fontes, do Deic. A organização, segundo os promotores Márcio Sérgio Christino e Pedro Baracat Guimarães Pereira, do Gecep, era constituída de três células independentes. A primeira, desarticulada em 2004 pela Spy 1, era composta por policiais civis que falsificavam ofícios judiciais para pedir quebras de sigilos telefônicos às operadoras.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.