Segurança pessoal é principal preocupação de mulheres no Iraque

Pesquisa da Oxfam com 1,7 mil mulheres sugere que metade das entrevistadas sofre de violência doméstica.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Uma pesquisa conduzida pela organização de ajuda humanitária Oxfam sugere que as mulheres iraquianas ainda sofrem com problemas de segurança e falta de serviços básicos como acesso à água. "As mulheres iraquianas estão sofrendo uma emergência silenciosa, presas em uma crescente pobreza, desespero e falta de segurança pessoal, apesar da diminuição da violência no país", diz o documento. A sondagem, divulgada neste domingo, para marcar o Dia Internacional da Mulher, ouviu cerca de 1,7 mil mulheres em cinco províncias do Iraque. Os resultados indicam que mais da metade das entrevistadas sofria violência doméstica, 25% não tinha acesso à água e mais de 75% não recebiam benefícios ou pensões. Além disso, mais de 20% das viúvas também haviam sofrido violência doméstica. E cerca de 30% afirmaram que membros da família haviam sido mortos de forma violenta. Neste mês, a ministra iraquiana para Assuntos da Mulher renunciou ao cargo, alegando que o governo não estaria tratando com seriedade das questões relacionadas às mulheres. A segurança melhorou de maneira significativa no Iraque em 2008, mas a maioria das mulheres entrevistadas na pesquisa da Oxfam afirmou que a segurança pessoal ainda é a maior preocupação. Segundo elas, apesar do aumento da segurança, os serviços de saúde pioraram bastante nos últimos dois anos e mais da metade das entrevistadas afirmaram que que estavam ficando mais pobres. Nadia Hussein, uma viúva entrevistada pela BBC disse que encontrou um trabalho como empregada doméstica depois da morte de seu marido. Apesar disso, os homens da casa tentavam manter relações sexuais com ela e seu sobrinho a agride com frequência. Segundo a ativista dos direitos da mulher Hana Adwar, a maior dificuldade é fazer as viúvas entenderem que merecem ser tratadas melhor. "A maioria pensa que essa situação é a vontade de Deus, e que elas têm que obedecer suas famílias", disse Adwar. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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