30 de abril de 2011 | 16h55
Em um comunicado, o grupo islâmico radical advertiu civis afegãos para ficarem longe de aglomerações públicas, bases militares e comboios, bem como edifícios e centros do governo, já que esses serão os alvos dos ataques a partir de 1 de maio.
O comunicado do Taliban vem apenas um dia após militares e diplomatas ocidentais alertarem sobre uma possível onda de ataques durante a próxima semana, começando no domingo.
"O Conselho de Liderança do Emirado Islâmico do Afeganistão quer declarar o lançamento das operações militares da primavera denominada "Badar" contra os invasores americanos, seus aliados estrangeiros e seus apoiadores internos", disse um comunicado do Taliban enviado por email.
"Operações vão se concentrar em ataques contra centros militares, locais de encontros, bases aéreas, comboios militares de munição e logística dos invasores estrangeiros, em todas as partes do país", disse o Taleban.
O brigadeiro-general Josef Blotz, porta-voz da Força de Assistência de Segurança Internacional da OTAN (ISAF, na sigla em inglês), disse que as bases da coalizão vão reforçar a segurança em antecipação aos ataques.
"Nós sabíamos há algum tempo dos planos dos militantes para uma onda de violência em certas zonas do país nos próximos dias", disse Blotz à Reuters.
A ONU disse que estava transferindo alguns de seus funcionários no Afeganistão depois de ter recebido "ameaças críveis" de ataques em um "número de locais em todo o país."
No início deste mês, sete funcionários internacionais da ONU foram mortos depois que os manifestantes invadiram um complexo da organização no norte de Mazar-i-Sharif.
O Taleban negou envolvimento nesse ataque, mas autoridades disseram que os insurgentes haviam se envolvido para agitar uma multidão já irritada.
"Como medida de precaução, as Nações Unidas estão transferindo o seu pessoal de alguns dos seus centros operacionais regionais para locais seguros durante um curto período. Funcionários não estão deixando suas regiões e continuarão a trabalhar a partir destes locais", disse Kieran Dwyer, porta-voz da Missão da ONU no Afeganistão.
A violência no Afeganistão atingiu níveis recordes em 2010, com mortes de civis e militares, os piores desde as forças afegãs apoiadas pelos Estados Unidos derrubaram o governo Taliban em 2001.
O Pentágono disse em um relatório na sexta-feira que um aumento geral da violência se deve em parte ao aumento da ofensiva a redutos de insurgentes.
Em seu comunicado, o Taliban não informou quanto tempo iria durar a campanha intensificada "Badar", nome de uma decisiva vitória muçulmana em batalha do século 7, no oeste da Arábia, que os muçulmanos atribuem à intervenção divina.
No comunicado, o Taleban reitera que os combates no Afeganistão não vão terminar até que as tropas estrangeiras deixem o país e também chama funcionários do governo afegão e das forças de segurança para mudarem de lado.
A campanha do Taleban não mudaria a estratégia da coligação colocada em prática no ano passado pelo general David Petraeus, comandante das tropas dos EUA e da ISAF, com 150.000 militares.
No programa acordado em uma cúpula da OTAN no ano passado, a ISAF disse que começará a distribuir a responsabilidade da segurança às forças afegãs em diversas áreas a partir de julho. O programa terminará com a retirada de todas as tropas estrangeiras até o final de 2014.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.