Testes provam paternidade de austríaco que abusou de filha

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Por SYLVIA WESTALL
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Testes de DNA mostram que o austríaco Josef Fritzl, que abusou sexualmente de sua filha e a manteve presa em um porão sem janelas durante 24 anos, é o pai dos seis filhos ainda vivos da mulher, afirmou a polícia na terça-feira. Fritzl confessou ter mantido Elisabeth, 42, filha dele, presa em um porão de uma casa de dois andares e de ter tido sete filhos com ela. Os promotores envolvidos no caso afirmaram estar investigando agora a eventual participação do homem na morte da sétima criança. Fritzl pode ser acusado de assassinato por negligência de um menor de idade. "O resultado mostra que as seis crianças, as quais a pobre Elisabeth Fritzl deu à luz no porão da casa, são todas filhas do próprio pai dela, Josef Fritzl, hoje com 73 anos de idade", afirmou Franz Polzer, chefe da unidade de investigações criminais da Baixa Áustria. Segundo a polícia, o homem confessou ter queimado o corpo da sétima criança quando ela morreu pouco após seu nascimento. "Josef F. está sendo investigado por assassinato envolvendo o não provimento de ajuda", disse à Reuters Peter Ficenc, chefe da Promotoria na região da cidade de Amstetten. Os investigadores também analisam as acusações de estupro, incesto e coerção, afirmou Ficenc. A polícia ainda vasculhava o porão de 60 metros quadrados existente debaixo da casa do engenheiro elétrico, afirmou Franz Prucher, chefe das forças de segurança da Baixa Áustria. O acusado compareceu diante de um juiz em St Poelten, capital da Província da Baixa Áustria, na terça-feira. A Justiça determinou que o homem continuará preso enquanto o inquérito avança. SILÊNCIO Autoridades austríacas afirmaram que Fritzl, seguindo o conselho de seu advogado, tem se mantido em silêncio. Elisabeth diz que o pai a atraiu até o porão da casa deles em 1984 e a drogou e algemou antes de aprisioná-la. Três de seus filhos, com idades de 19, 18 e 5 anos, viveram trancados com a mãe desde o nascimento deles e nunca viram a luz do Sol. Os outros três foram adotados e criados por Fritzl e a mulher dele, Rosemarie. O caso, que lembra o de Natascha Kampusch, uma austríaca mantida presa por seu sequestrador durante oito anos, veio à tona quando a filha de 19 anos de Elisabeth ficou gravemente doente e precisou ser levada a um hospital. Fritzl então tirou Elisabeth e os outros dois filhos dela do porão afirmando a sua mulher que a filha "desaparecida" deles tinha regressado para casa. (Reportagem adicional de Ayhan Uyanik em St Poelten)

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