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Trigo argentino, só a partir de março

Governo do país vizinho adiou para o dia 3 do mês que vem a emissão [br]de novas licenças de exportação

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O governo argentino adiou para 3 de março a emissão de novas licenças para exportação de trigo. A data atende aos moinhos brasileiros, que precisam comprar trigo a partir do próximo mês para receber o produto em abril. Mas o cenário é de dificuldades para a indústria moageira neste ano, em virtude dos altos preços do grão. CONTAS A previsão da indústria é a de que será necessário importar 6,9 milhões de toneladas de trigo em 2008. Nas contas de um trader, 3,3 milhões de toneladas já teriam sido contratadas da Argentina e 1 milhão de toneladas serão compradas este ano na forma de farinha. Assim, restariam 2,6 milhões de toneladas a serem importadas. A Argentina se comprometeu a liberar a exportação de 2 milhões/toneladas a partir do mês que vem. No Brasil, estima-se que não mais que 1,3 milhão de toneladas viriam para cá, o que resultaria em um saldo de 1,3 milhão/toneladas até que a nova safra argentina chegue ao mercado, em dezembro. Parte desse volume poderia ser compensada com trigo nacional, que começa a ser colhido em setembro. O restante terá de ser comprado de outros países, possivelmente Estados Unidos e Canadá. O governo brasileiro já autorizou a compra de até 1 milhão de toneladas sem Tarifa Externa Comum (TEC), até 30 de junho. Mas a indústria quer estender esse prazo, para poder negociar preços mais baixos. CEREAL AMERICANO O trigo americano está cotado em US$ 480 a tonelada, US$ 80/tonelada FOB acima do argentino. "Para o fim de junho, com a entrada da safra do Hemisfério Norte, os preços caem pelo menos US$ 100 a tonelada", disse um trader. No Brasil, os preços do cereal também seguem firmes, sustentados pela demanda não atendida pela Argentina.

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