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Uso da capacidade da indústria sobe em janeiro--CNI

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Por LEONARDO GOY

A utilização da capacidade instalada (UCI) na indústria brasileira subiu para 81,9 por cento em janeiro, contra 81,3 por cento em dezembro, segundo dados dessazonalizados, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira. Em janeiro do ano passado, a UCI -considerada um indicador de potenciais pressões inflacionárias- estava em 82,9 por cento. O aumento do uso da capacidade em janeiro interrompeu uma série de quedas nesse indicador iniciada em setembro passado. O índice voltou ao patamar de julho do ano passado, quando estava em 82 por cento, ressaltou o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Para ele, a interrupção do ciclo de queda indica que pode ter se encerrado um processo de acumulação de estoques. "Estava havendo um processo de acumulação de estoques. Vendiam e não produziam. Agora, esse processo de ajuste pode estar chegando ao fim e está se retomando a produção, mas precisamos ter uma sequência de resultados positivos", disse Castelo Branco. O faturamento das empresas em janeiro comparado com o mesmo mês de 2011 cresceu 3,4 por cento. O faturamento real, porém, caiu 1,4 por cento na comparação dessazonalizada com dezembro. Em janeiro, as horas trabalhadas subiram 0,3 por cento em relação ao mês imediatamente anterior, enquanto o emprego cresceu 0,5 por cento. A massa salarial real cresceu 9,7 por cento em janeiro sobre o mesmo mês de 2011, resultado da alta do rendimento real médio, que subiu 8,8 por cento na mesma comparação. A indústria nacional tem sofrido com a dificuldade de retomada da atividade. Em janeiro, a produção industrial caiu 2,1 por cento em relação a dezembro, mostrando os obstáculos para a recuperação. Segundo Castelo Branco, o cenário da indústria como um todo deve apresentar melhora nos próximos dois, três meses. "O quadro deverá estar moderadamente mais positivo", disse. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já adiantou que o governo adotará medidas para estimular a produção industrial. O Banco Central, por sua vez, reduziu na quarta-feira a taxa básica de juros em 0,75 ponto porcentual, para 9,75 por cento, no quinto corte consecutivo desde agosto. Para Castelo Branco, com a medida a autoridade monetária sinalizou que o ciclo de reduções deve continuar.

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