Vizinhos de enfermeira contestam versão de motorista

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Por Roberta Pennafort
Atualização:

Os vizinhos da enfermeira Virgínia Sant''Ana de Almeida, de 51 anos, morta depois de ser atropelada e arrastada por um carro em Del Castilho, na zona norte do Rio, contestam a afirmação feita pelo motorista que a atropelou de que ele não escutou os gritos das testemunhas na rua. Segundo essas testemunhas, seria impossível Henrique Santos Alves, de 28 anos, não ouvir os gritos "desesperados" das pessoas que assistiram ao episódio. Já a polícia está convencida de que foi uma fatalidade. E, por isso, Alves responderá pelo crime de homicídio culposo, sem intenção de matar, em liberdade. Ele se apresentou ontem à noite à polícia, confessando dirigir o carro que matou Virgínia. À frente do caso, o delegado Jader Amaral disse que o motorista não tinha como ouvir os apelos dos vizinhos de Virgínia, já que seu automóvel estava sendo alvejado por tiros de criminosos. Alves perseguia dois assaltantes que haviam roubado a motocicleta de um amigo seu pouco antes. Queria tentar recuperar o veículo para ele. Quando os ladrões chegaram à rua onde fica a casa da família de Virgínia (e de onde ela saía para sua aula de dança), um deles roubou um carro e outro disparou na direção de Alves, quando perceberam a sua presença. "Não deu tempo de ele ouvir nada. Ele deu marcha a ré para fugir e saiu voado. Foi muito tiro. Ele atropelou sem ver. Foi um acidente", afirmou o delegado. Os vizinhos contestam a versão apresentada por Alves à polícia, argumentando que ninguém ouviu tiros no momento do atropelamento. Se condenado por homicídio culposo, Alves poderá ter uma pena de dois a seis anos de prisão. De acordo com o delegado, o benefício de responder em liberdade é previsto em lei.

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