Volume de reservatórios do Cantareira se mantém em 13,4%

PUBLICIDADE

Por GABRIELA VIEIRA
Atualização:

Após uma semana consecutiva de quedas, o índice que mede o volume de água armazenado nos reservatórios do sistema Cantareira manteve-se estável nesta terça-feira em 13,4%, mesmo nível apresentado ontem. De acordo com dados divulgados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a marca é a pior já registrada desde o início da operação do sistema, em 1974. Há um ano, o índice estava em 61,9%.Em março, o volume acumulado de chuvas sobre a região do Cantareira (na divisa entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais) ficou 5% acima da média histórica para o mês. Para abril, o volume previsto de chuvas é de 89,3 milímetros (mm). Com o início do período seco, a Sabesp e o governo estadual buscam alternativas para garantir o abastecimento de água na Grande São Paulo até outubro, quando há a expectativa de um período chuvoso regular.A partir de hoje, o desconto de 30% nas tarifas para os clientes que reduzirem o consumo de água em 20% passa a valer para todos os 31 municípios da Região Metropolitana que são atendidos pela Sabesp, incluindo a capital. Até então, apenas os bairros e as cidades metropolitanas abastecidos pelo Cantareira tinham direito ao bônus, adotado pela companhia em fevereiro.Para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), a ampliação do bônus tem como objetivo reduzir o consumo dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê, que já abastecem cerca de 2 milhões de imóveis que antes da crise hídrica recebiam água do Cantareira. A expectativa é ampliar a atual economia de 4 metros cúbicos de água por segundo para 6 m?/s. Nesta terça, os níveis dos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga estão em 37,5% e 77,1%, respectivamente.Impacto financeiroA diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena, reconheceu que a ampliação do programa de desconto na conta de água para irá impactar nos resultados financeiros da empresa. "Estamos preocupados com os resultados financeiros da Sabesp, porque temos compromissos assumidos com nossos financiadores", disse ontem em anúncio feito com o governador do Estado. "Mas nossa preocupação central é assegurar o abastecimento de água para todos os nossos clientes da região metropolitana de São Paulo", completou.Ontem, durante teleconferência com analistas e investidores, o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da concessionária, Rui Affonso, afirmou que a Sabesp "tomará todas as medidas necessárias para garantir o equilíbrio econômico da companhia". Até agora, a concessionária já aprovou um corte de R$ 700 milhões no gastos previstos para 2014 e anunciou que irá reprogramar o plano de investimentos para o ano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.