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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Apostas online

Bilhões perdidos

Uma rápida avaliação dos economistas de um grande banco brasileiro estimou que os apostadores brasileiros perderam, no balanço entre vitórias e derrotas com bets, algo em torno de R$ 23,9 bilhões no período de um ano. De forma simples, de julho de 2023 a junho de 2024, os jogadores pagaram aproximadamente R$ 68,2 bilhões em apostas e taxas de serviço, e receberam de volta R$ 44,3 bilhões. A análise foi realizada extraindo os valores do balanço de pagamentos do Banco Central, que mudou sua metodologia de registro em janeiro de 2023. O dinheiro gasto com o jogo agora é contabilizado como “serviços culturais, pessoais e recreativos”, para taxas de serviço do site, e como “renda secundária”, para o valor apostado. A alteração inflou os valores transacionados sob ambas as rubricas. Impressiona que num país com um banco oficial do governo (Caixa Econômica Federal) arrecadando bilhões ao ano com diversos jogos, somem-se os gastos com apostas online em bets. De onde nossa gente tira tanto recurso para jogar? O salário que a média dos brasileiros recebe é muito baixo, muito aquém do necessário para sua sobrevivência. O Brasil não tem cassinos, mas hipocritamente permite que bilhões sejam movimentados em jogos através da Caixa, bets e o jogo do bicho, a contravenção que atravessou décadas impunemente e ainda tem hoje em dia tentáculos em outros segmentos da vida das cidades. Os deputados e senadores fingem não ver nada de errado na jogatina das bets, que se espalhou pelo País. Decerto, algumas campanhas eleitorais devem estar sendo abastecidas por empresários do segmento. Como duvidar?

Rafael Moia Filho

Bauru

Cassino Brasil

O Brasil está se tornando um cassino de gente pobre, e o Congresso Nacional, que é o responsável, está permeável aos lobbies que circulam em Brasília. Será que vamos destruir o que nos resta dos melhores valores sociais?

Luiz Frid

São Paulo

Dinheiro esquecido

Prazo mais longo

A questão da desoneração da folha de pagamento (Estadão, 12/9, B7) foi resolvida pelo nobre Congresso Nacional com o confisco generalizado dos brasileiros, e deu-se o prazo de apenas um mês para o governo abocanhar R$ 8,6 bilhões, ou mais, dos brasileiros. De fato, muitas pessoas, além de seus familiares já falecidos, podem deter bens esquecidos difíceis de localizar – tais como ações de empresas e seus dividendos, investimentos em antigos programas do governo no Norte e no Nordeste, fundos de investimento de longo prazo, o antigo fundo 157, CDB, COE e qualquer aplicação financeira ou ativos financeiros custodiados pelas instituições financeiras a qualquer título. Mesmo se a corrente consulta ao Banco Central não localizou valores, o cidadão tem direito de pesquisar e encontrar valores e bens móveis seus e de sua família. Entretanto, para novo acesso, é necessária ação judicial – demorada e com altos custos – à qual os cidadãos têm direito em Estado Democrático de Direito. Portanto, cabe ao nobre Congresso avaliar o tempo necessário para tal verificação eficaz pelos cidadãos e estabelecer novo prazo adequado – de no mínimo um ano –, com a anuência do Judiciário de primeira instância em cada Estado do País, para adiar o confisco e, assim, preservar os direitos de todos.

Suely Mandelbaum

São Paulo

Judiciário

O ‘efeito Toffoli’

A propósito do editorial A impunidade ganha um nome (Estadão, 14/9, A3), o nome da impunidade é Dias Toffoli. Por piores que sejam as decisões do ministro relacionadas à Lava Jato, aviltantes e desrespeitosas à inteligência dos brasileiros, não podemos desanimar das nossas virtudes nem ter vergonha de sermos honestos. Só nos resta a esperança de que essas decisões monocráticas, contra o Brasil e favorecendo criminosos confessos e condenados, possam um dia ser revertidas com julgamentos pelo plenário da Corte. Afinal, o Supremo Tribunal Federal é ou não é o guardião da Constituição?

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo

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‘Estadão’

150 anos em 2025

Gostaria de cumprimentar O Estado de S.Paulo pela qualidade de seus editoriais e do próprio jornal, que segue sendo exemplo de jornalismo às vésperas de seus 150 anos de vida.

Andrea Matarazzo,

ex-embaixador do Brasil na

Itália e empresário

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

HORÁRIO DE VERÃO

O horário de verão, além da economia ser pequena, provoca danos paralelos que não são levados em conta. O relógio biológico da população fica alterado, causa insegurança psicológica e física (sair no escuro facilita o trabalho dos criminosos), desatenção/acidentes, diminui a produtividade em geral, como por exemplo em trabalhadores, alunos, etc. Há diversos estudos disponíveis sobre isso e depois, quando as pessoas estiverem mais ou menos adaptadas ao horário de verão, verão que há o transtorno/retorno ao horário anterior, causando os mesmos problemas.

José Augusto Baldassari

Franca

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LULA DA SILVA

Dinheiro na mão de Lula é vendaval. Inflação e dívida pública não o preocupam. Para ele, beneficio social é investimento. Dá o peixe, não ensina a pescar. Pão e circo fazem parte de seu assistencialismo populista e eleitoreiro. Desde criança sei que a gente não pode gastar mais do que ganha. Lula é um político fisiológico e não um estadista.

Marcelo de Lima Araújo

Rio de Janeiro

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‘JUÍZES NÃO FAZEM LEIS’

A Constituição de 1988, fruto da redemocratização, garante os direitos e deveres de todos nós. Oposto do que repetem os lorpas, juízes não fazem leis. Fazer leis que evitem tragédias climáticas, que melhorem a educação, justiça e economia, é dever do parlamentar, dito patriota, pago por nós, que não trabalha, que só sabe ruminar sobre armas, gays, comunismo e usa a imunidade política para fugir da cadeia pelo 8 de janeiro e outros crimes.

João Bosco Carlucho

Garibaldi (RS)

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PÉSSIMOS EXEMPLOS

O presidente Lula ainda não entendeu que pau que bate em Chico bate em Francisco. Ora, demitiu sumariamente seu ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Já quanto ao ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que além de estar indiciado pela Polícia Federal, agora resolveu cometer mais uma maracutaia conhecida como pedalada – estilo Dilma Rousseff – nas contas da Telebras, em singelos R$ 77 milhões, mas, mesmo assim, continua livre, leve e solto. Na verdade, está difícil para o ex-presidiário nomear alguém que seja considerado ficha limpa – afinal, nem mesmo ele o é. Aliás, até a recém empossada Macaé Evaristo já é ré por superfaturamento, abocanhando, literalmente, R$ 177 milhões em verba da merenda escolar. Pensando com a cabeça de Lula: se a situação está tão difícil para encontrar fichas limpas é melhor deixar o meu amigo Juscelino no cargo. Afinal, tudo é reflexo do seu próprio exemplo, como disse aquela senhorinha de Taubaté. Péssimos exemplos.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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EDUARDO PAES

Bolsonaro frustra campanha de Ramagem no Rio e PL cobra empenho na reta final (Estadão, 13/9). Pesquisa do Datafolha mostrou que 54% dos eleitores cariocas votarão em Paes por não haver melhor opção de voto, e que apenas 13% conhecem Ramagem muito bem, enquanto 46% não o conhecem. Aparentemente, boa parte dos eleitores cariocas também não conhece muito bem Eduardo Paes, ao ignorar que ele esteve envolvido em crimes de fraude à licitação, falsidade ideológica e corrupção passiva. Se Ramagem é ruim, Eduardo Paes, certamente, é muito pior.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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RACHADINHAS

Para acabar com a conhecida e escondida rachadinha em todos os níveis políticos é fácil. Basta reduzir à metade as verbas para assessores. Assim só trabalharão profissionais, eliminando os atuais parentes e amigos, e economizaremos o dinheiro de projetos que não existem.

Carlos Gaspar

São Paulo

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GESTÃO LULA

É muito triste e desmotivador ler, todas as manhãs neste jornal, as manchetes estampadas no caderno principal dando conta de atos cometidos e comprometedores do presidente Lula, com sua governança desequilibrada que envergonham a Nação aqui e no exterior, atos de avareza dos parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal que só pensam nessas tais emendas, abusivas, ilegais e em desacordo com a Constituição Federal, em total desrespeito à população brasileira e em grave prejuízo de diversos setores da administração pública. Para completar essa anarquia, inclui-se o Supremo Tribunal Federal com duvidosas decisões no direito a causar a insegurança jurídica a ponto de invalidar sentenças de corrupção legítimas julgadas pelo Tribunal da Lava Jato, determinando ao governo a devolução do dinheiro pago de multas e outros haveres pelas empresas condenadas de corrupção, que confessaram seus crimes. Isso, se não for cômico, é no mínimo ridículo, grotesco e estapafúrdio. Quem é esse ministro, juiz Dias Toffoli, que em decisão monocrática e sem o referendo do plenário dos demais ministros, tem o poder isoladamente de determinar o governo a devolver o arrecadado? Ora, se os demais ministros estão de acordo com o colega, que assumam todos de seus próprios recursos à devolução do dinheiro pago pelos condenados. Brasília é uma Babilônia. Do jeito como funcionam os Poderes citados, nunca é demais lembrar o recado deixado pelo ilustre brasileiro Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desaminar-se da virtude, a rir-se da honra, ter vergonha de ser honesto”.

Jorge Atique Cury

Barretos

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DEMOCRACIA

Alguém já sabiamente disse que a democracia não tem preço, mas diante de tantas evidências de que as emendas parlamentares secretas na Constituição cidadã são distribuídas sem critérios, destinadas a fins eleitorais e distorcem ainda mais o Orçamento, no qual Lula gasta mal em projetos que nunca deram certo e que não beneficia sequer os pobres. Não será estranho que logo também apareça alguém que afirme que a nossa democracia, além de cara, não é nada democrática. Aqui a democracia serve apenas para a alternância de poder, mas em que alguns políticos usam de artifícios antidemocráticos para se elegerem.

Paulo Marcos Gomes Lustoza

Rio de Janeiro

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DESPERDÍCIO DE ÁGUA

A legislação penal e ambiental brasileira, embora vasta e detalhada, tem falhado em abordar adequadamente o desperdício de água, um bem vital para a sobrevivência humana e essencial para a manutenção da vida em nosso planeta. Em face da crescente ameaça representada pela poluição e pelas mudanças climáticas, que intensificam a escassez desse recurso precioso, a inércia normativa em relação a práticas que contribuem para o desperdício de água revela uma lacuna preocupante. A legislação, ao desconsiderar a gravidade dessa questão, não só compromete a segurança hídrica presente e futura, mas também ignora o princípio da proteção ambiental que deveria ser seu pilar fundamental.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

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DEVASTAÇÃO AMBIENTAL

Durou pouco o voo de galinha do agronegócio brasileiro, a ideia de desmatar o País inteiro para plantar soja está se provando completamente insustentável. A bancada ruralista aprovou o desmatamento de 80% do Cerrado para plantar soja, o resultado está aí para quem quiser ver: os rios da Amazônia secos, o Pantanal seco há anos e o País inteiro sofrendo com a fumaça tóxica das queimadas. A força da ignorância aprovou o desmatamento de 80% do Cerrado, a caixa d’água do País, para surpresa de ninguém, essa sandice criminosa destruiu o equilíbrio hídrico, o ciclo natural das águas entre os biomas foi cortado. A imbecilidade de desmatar 80% do Cerrado terá que ser revista, por bem ou na marra. Logo mais o País deverá enfrentar estiagens no padrão africano, com anos sem chuva. Isso vai dizimar as lavouras, matar o gado e levar o agronegócio à falência. Quando isso acontecer, vão colocar o exército para erradicar a soja e reflorestar o Cerrado.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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SITUAÇÃO GRAVE

Em entrevista à Roberta Jansen, jornalista de ciência e saúde, repórter do Estadão, na matéria ‘Estou apavorado. Ninguém previa isso; é muito rápido’, diz Carlos Nobre sobre crise climática (Estadão, 11/9), se declarou o que adotei para comentar o assunto em tela: Carlos Nobre, nosso maior climatologista e referência mundial, se diz apavorado. Acrescentando ainda que o até 2070 o Pantanal acaba. Cheguei a me manifestar neste espaço. Como tive a cadeira de termodinâmica no meu curso, também sei o que vai ocorrer conosco, seres humanos, enquanto nosso planeta vai procurando atingir o seu novo equilíbrio, devido ao aquecimento global, causado por nós, por meio de todos os políticos, ignorantes da matéria, mais que se acham com o poder de tomar providências à respeito, no seu entender, sem ter o conhecimento correto sobre o assunto. É o caso do nosso presidente Lula. Nobre já afirmou que temos de parar de extrair petróleo, Lula quer acelerar a extração de petróleo na Zona Equatorial, o que se constitui uma ameaça direta à Foz do Rio Amazonas, com consequências catastróficas para a Amazônia. Na atual sequência de mudanças climáticas, a providência de Lula foi criar a autoridade climática que era para ter sido criada no início do seu governo, mas ficou para depois. Com a seca geral dos rios da Amazônia, a sua única providência é asfaltar a BR-319 de Manaus – Porto Velho, com 885 km, passando pelo setor mais bem conservado da Floresta Amazônica. Além da existência da nova rodovia, haverá a criação de novas vilas e atividades humanas, em prejuízo da floresta. A situação é muito mais grave do que Lula pensa e se ele não corrigir as suas decisões, não poderá continuar no cargo, pois significará a nossa destruição.

Gilberto Pacini

São Paulo

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QUEIMADAS PELO BRASIL

Já que a excelentíssima senhora primeira-dama do Brasil tocou no assunto das queimadas, eu – que não gosto nem de Bolsonaro e nem de Lula – pergunto-lhe: Janja, se antes as queimadas eram vista grossa e ineficácia do governo no combate ao fogo, qual a razão de as queimadas atuais, ainda piores, serem meramente culpa do aquecimento global? É tão difícil para seu marido agir ou assumir incompetência no combate ao fogo?

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

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ELEIÇÕES EM SP

Na eleição de São Paulo, o gráfico da última pesquisa Datafolha mostra a tendência que deve se manter até a eleição municipal de outubro. Ricardo Nunes, na curva de ascenção; Guilherme Boulos, em uma reta de estabilidade; e Pablo Bitar, iniciando a descida do seu vôo de galinha.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

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DONALD TRUMP

Donald Trump, fiquei impressionado. Vi uma foto em que você foge de dois homens com dois gatos nas mãos no jornal, na matéria Trump rejeita um novo debate com Kamala; começa votação pelo correio (Estadão, 13/9, A13). Parece uma imagem real. Não é? A foto deve se referir ao seu comentário no debate com a candidata Kamala Harris, de que os imigrantes haitianos estão comendo gatos e cachorros de moradores de Springfield. E você foi salvar os gatos? De qualquer forma, na foto você demonstrou ter realmente um dom para ser artista de TV ou cinema. O senhor deveria aproveitar esse seu talento excepcional, além de ser um executivo bem-sucedido, já que não quer mais participar de debates. Por acaso já recebeu convites milionários?

Tomomasa Yano

Campinas

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HOMENAGEM

Um carinho na alma é o que o artigo de Simon Schwartzman causou, intitulado A radicalidade de Inez (Estadão, 13/9, A4). Nestes tempos bicudos, homenageando Mario Quintana, ler sobre a admiração que um homem tem de sua mulher, de narrar com profundidade suas realizações e marcos por ela alcançados denotando um relacionamento repleto de possibilidades. Numa época onde a boiada segue algum líder populista ou expert em comunicação narcisista, ler sobre uma mulher corajosa, que pegava o touro pelo chifre, que ao discordar e esgotar sua argumentação, em vez de aderir ou desistir, criava novas e inovadoras soluções que serviram de bússola para muita gente é alentador. Ela teria o meu voto se concorresse, mas, com certeza ela diria: “concorro sim, mas com o que está aí eu não quero”.

Carlos Ritter

Caxias do Sul (RS)