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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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11 min de leitura

Segurança pública

Redução do efetivo

Efetivo policial cai no Brasil; em 10 anos, PMs perderam 30 mil (Estadão, 28/2, A13 e A14). Só um maluco aceita se tornar policial no Brasil, o país da impunidade. A profissão é arriscadíssima, altamente fiscalizada e frustrante, na medida em que ladrões de todos os portes – desde os que roubam uma bicicleta até os que confessam roubos de centenas de milhões ou mais – são sempre liberados em alguma instância judiciária e, não raramente, o policial, o juiz e o promotor acabam sendo punidos. O País está nas mãos dos criminosos.

Celso Francisco Álvares Leite

celsoleite932@gmail.com

Campinas

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‘Rota perigosa’

O editorial Rota perigosa (Estadão, 24/2, A3) é relevante, oportuno, preciso e contundente, como deve ser a defesa dos valores constitucionais, tão caros aos paulistas. A Polícia Militar de São Paulo é instituição de Estado que tem demonstrado higidez e desenvolvimento notáveis no exercício da sua árdua e essencial missão. A contaminação dos quartéis pelo vírus do oportunismo político demonstrou recentemente os seus efeitos deletérios e perigosos para as instituições e o Estado de Direito. A questão dramática da segurança pública, que aflige o povo brasileiro, não será enfrentada com prestidigitações e velhas simplificações renovadas, especialmente em São Paulo.

Álvaro da Silva

alvarodasilva1959@gmail.com

São Paulo

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Jair Bolsonaro

Confissão

O gênio de Jair Bolsonaro aflorou mais uma vez no comício supostamente democrático e pacificador de domingo na Avenida Paulista, quando ele – não bastasse o batom na cueca do vídeo da reunião golpista de 2022 – produziu mais uma prova contra si: confessou saber da existência da tal minuta do golpe, sobre a qual ele se calou dias antes na Polícia Federal (PF). E, mesmo depois do ato, seus advogados continuam jurando de pés juntos que ele nunca soube do documento, ainda que dele Bolsonaro tenha desdenhado, já que, para o ex-presidente, golpe só se dá com tanque na rua. Resultado: a PF vai incluir o seu falatório no inquérito, que, lembremos, é sobre “tentativa” de golpe (se tem tanque na rua, já não é mais tentativa, é consumação do golpe).

Luiz França G. Ferreira

luizfgf.adv@gmail.com

São Paulo

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Guerra em Gaza

Lula, Hitler e o Holocausto

Lula diz não ter usado a palavra Holocausto ao criticar Israel e que Netanyahu ‘interpretou fala’ (Estadão, 28/2, A8). Quem é que o presidente Lula pensa que engana? Hitler matar os judeus e Holocausto são sinônimos!

Valdemar W. Setzer

www. ime.usp.br/vwsetzer

São Paulo

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Cessar-fogo

Ainda sobre os pedidos da comunidade internacional por um cessar-fogo de Israel no conflito com os terroristas do Hamas, cabe pôr os pingos nos jotas. O Hamas realizou um ataque terrorista sem precedentes, matando em poucas horas mais de 1.200 inocentes judeus em 2023. Os terroristas mataram, estupraram e sequestraram mais de uma centena de pessoas. Passou o tempo e eles ainda se escondem em túneis em Gaza, com dezenas de reféns. Muitas de suas bases subterrâneas, em quilométricos túneis, foram premeditadamente montadas sob hospitais, residências e comércio palestinos. O propósito era, claro, expor mais vítimas inocentes (a população de Gaza) à esperada reação bélica de Israel e torná-lo, assim, o bandido da história. Alguns líderes populistas, como Lula da Silva, embarcaram nesta conversa, chegando o presidente brasileiro ao absurdo de comparar a reação israelense aos crimes de Hitler – o ápice de sua retórica rasa, enviesada e ignorante. Além de nos envergonhar, Lula se indispôs com a comunidade evangélica brasileira, simpática aos judeus. Agora, EUA, Egito e Catar buscam intermediar a questão pedindo o cessar-fogo e propondo que Israel pause os bombardeios em Gaza e promova a troca de reféns inocentes por prisioneiros terroristas na razão de 1 para 10. Ouviram bem? Cada judeu inocente seria trocado por dez prisioneiros ligados à milícia do terror. Não sei se vivo em outro planeta ou se se perderam a razão e o bom senso, mas a única negociação justa e aceitável deveria partir de uma única condição: que o Hamas libertasse imediatamente todos os reféns para que, só então, se discuta qualquer outro movimento de paz. Sem isso, o conflito continua.

Rodrigo Cezar Pereira

rodrig2705@gmail.com

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

FEVEREIRO DE 29 DIAS

29 de fevereiro é uma correção de calendário, que não bate com o tempo do movimento de translação da Terra ao redor do Sol, que leva 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Para consertar o descompasso do calendário com as voltas do nosso planeta, inventaram o 29 de fevereiro, a cada 4 anos, desde a adoção do calendário Juliano, em 45 a.C. 2024 é ano bissexto e tem 366 dias. Dia 29 de fevereiro é um dia Frankenstein, feito de pedaços de dias perdidos nos últimos 4 anos, reunidos a cada ano bissexto.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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VIAGENS PRESIDENCIAIS

Desde quando foi eleito, nosso presidente passou quase mais tempo em viagens fora do País do que cuidando de todas as feridas de erros anteriores – inclusive de governos do PT – que precisam ser curadas. Não percebeu que muitos chefes de Estado visitaram a Ucrânia para apoiar aquele país contra a agressão covarde da Rússia de Vladimir Putin, e preferiu visitar o “democrata” Nicolás Maduro, que já eliminou seus concorrentes para a próxima eleição. Parece que suas preocupações de alto nível se reduzem a ajeitar o amigo Guido Mantega ou coisas quetais.

Aldo Bertolucci

aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

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NO CARIBE

Boa viagem, novamente, presidente. Não se esqueça de só falar o necessário, sem ressaltar seus desconhecimentos e rancores, e, principalmente, de levar a primeira-dama para conhecer os pontos turísticos do local.

Carlos Gaspar

carlos-gaspar@uol.com.br

São Paulo

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DELÍRIOS DE GRANDEZA

Cuidado, Lula! Os deuses, quando querem castigar as pessoas por sua grande ambição, primeiro as punem com delírios de grandeza.

Nivaldo Ribeiro Santos

nivasan1928@gmail.com

São Paulo

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COMPARAÇÃO EQUIVOCADA

Na recente entrevista concedida a um programa da Rede TV, o presidente Lula deu mais uma declaração infeliz ao comentar a respeito do conflito em Gaza, referindo-se a uma “guerra de um exército altamente preparado contra mulheres e crianças”. No entanto, Lula não poderia jamais ter se esquecido de que esta guerra está sendo realizada contra o grupo Hamas, classificado como uma organização terrorista sanguinária e violenta, cujos objetivos incluem a destruição de Israel, conforme estabelecido em seu estatuto. Ou seja, Israel luta pela própria sobrevivência.

M. M. Lessa

sociedadeesclarecida@yahoo.com

São Paulo

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LULA, ISRAEL E O HOLOCAUSTO

Lula disse que não falou a palavra Holocausto, mas disse que Israel está fazendo com os palestinos em Gaza (entenda-se, primeiro, o Hamas) o mesmo que Hitler fez com os judeus. Ele é bom de papo, mas eu sou alfabetizado.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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FALTA DE GRANDEZA

A fala de Lula sobre o genocídio em Gaza continua repercutindo mal mundo afora. Tal qual um menino malcriado e mimado, insiste em dizer que repetiria a declaração sobre Israel e Gaza. Tal comportamento reforça a ideia de que a diplomacia brasileira é ignorada e o que vale é a teimosia do mandatário. Todos já perceberam que, quanto mais se estica a corda, pior fica a situação gerada pela fala intempestiva. Houve uma comparação infeliz com o Holocausto, e a melhor maneira de acabar com o mal entendido seria dizer “fui mal interpretado, pois nada neste mundo se compara à carnificina imposta aos judeus”. Já se diz que o primeiro a pedir desculpas é o mais corajoso, o primeiro a perdoar é o mais forte e o primeiro a esquecer é o mais feliz. Mas, convenhamos, admitir um erro é ato de grandeza e nobreza de poucos seres humanos.

Izabel Avallone

izabelavallone@gmail.com

São Paulo

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ACUSAÇÃO DE GENOCÍDIO

Sobre a guerra na Faixa de Gaza, Lula diz que Israel comete genocídio e um novo Holocausto exterminando milhares de crianças, mulheres e idosos. Já na guerra da Ucrânia, as bombas do “amigo democrata” Vladimir Putin são tão “seletivas e precisas” que, até o momento, Lula não disse nada sobre a Rússia estar cometendo genocídio ou holocausto contra crianças, mulheres e idosos. Os 30 mil mortos na Faixa de Gaza indignaram Lula e o levaram a fazer sérias acusações contra Israel, já sobre as mais de 700 mil mortes na guerra da Ucrânia, segundo órgãos internacionais, Lula deve achar que “guerra é guerra”.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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GUERRA DISTANTE

Quem fala da guerra e fome distantes e cala sobre a guerra e fome nas ruas da própria cidade não se preocupa com guerra e fome nenhuma.

Sérgio Becker

sbsophos96@gmail.com

São Paulo

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CINISMO E CRUELDADE EM GAZA

É impressionante o cinismo e crueldade dos políticos envolvidos no conflito de Gaza. Para salvar sua pele, Netanyahu não está interessado em cessar a matança e a destruição, por considerar que todos os palestinos são terroristas do Hamas. Por motivos eleitoreiros, Joe Biden lamenta o massacre, mas continua mandando armas para Israel e usando o poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, cada vez que uma resolução de cessar-fogo é apresentada. O presidente “mexicano” do Egito está dando uma de João-sem-braço, esperando a aprovação, demoradíssima, de Israel da entrada de ajuda humanitária, apesar de a passagem de Rafah estar sob controle do Egito. Enquanto isso, o número de mortos, feridos e desaparecidos em Gaza ultrapassou 100 mil, de acordo com Philippe Lazzarini, o comissário-geral da UNRWA; os reféns israelenses não foram libertados, e as crianças em Gaza estão literalmente morrendo de fome. É muito triste e revoltante!

Omar El Seoud

elseoud.usp@gmail.com

São Paulo

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BOLSONARO CALADO

O sujeito, chamado a depor na Polícia Federal (PF), fica calado diante das inúmeras perguntas decorrentes de um processo que o investiga sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Para ter um golpe de Estado com tanques nas ruas é preciso planejar, fazer reunião no palácio e incentivar a turba. Ele, então, sem argumentos e sem ter como provar sua inocência, se cala, o que lhe é garantido pela nossa Constituição. Entretanto, em seguida, aciona os seus seguidores zumbis, para que estes compareçam à Avenida Paulista em São Paulo, onde ele supostamente provaria sua inocência. Nem uma coisa nem outra, ou seja, seu silêncio na PF ou sua verve falastrona na Paulista não vão ajudá-lo a se livrar dos processos que estão em andamento. Afinal de contas, a PF já foi municiada por El Cid.

Rafael Moia Filho

rmoiaf@uol.com.br

Bauru

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‘POBRES COITADOS’

A respeito da fala improvisada e anódina do ex-presidente Jair Bolsonaro no domingo, 25/2, para uma multidão de apoiadores e devotos na Avenida Paulista, cabe dizer que “pobres coitados” não são os condenados por justa causa pela criminosa e abominável invasão e destruição das sedes dos Três Poderes, mas os cerca de 700 mil brasileiros vitimados pela covid-19 e seus familiares em decorrência da condenável e imperdoável campanha e postura negacionista adotada pelo desgoverno Bolsonaro à comprovada eficiência da vacina.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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ESTRATÉGIA FALHA

A afluência à manifestação de domingo passado na capital paulista denota, também, que a estratégia de repressão ao bolsonarismo não está funcionando. Bem ao contrário, talvez. Como costuma acontecer, por sinal, em outras áreas da atividade humana, fenômeno que nem Freud nem outros estudiosos da psique humana conseguiram até hoje plenamente explicar. No caso de Bolsonaro, medidas foram tomadas com a flagrante intenção de apagar sua imagem do cenário político. Sem entrar no mérito das razões, foi um inequívoco gesto de menosprezo à parcela que, na democracia, tem direito de escolher em quem votar. Ficou claro que se tratava de uma manobra. Além de gerar descrédito em relação aos idealizadores de tais medidas – e veículos que não deram espaço ao contraditório –, o fato deu impulso emocional aos apoiadores, atuando como motivação sine qua non para a convergência de domingo passado. A atuação repressiva entregou uma bandeira ao movimento. Para se unir, o povo precisa de uma causa em comum. Algo a combater. O objetivo que levou tanta gente a se concentrar na Avenida Paulista pode ter sido a percepção de injustiças sendo cometidas.

Patricia Porto da Silva

portodasilvapat@gmail.com

Rio de Janeiro

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OS NÚMEROS DA PAULISTA

A controvérsia em torno da estimativa da concentração popular na Avenida Paulista no dia 25/02 e em todos os eventos que têm ocorrido nesse lugar, inclusive nas paradas LGBT+, é fácil de ser dirimida por números concretos. Área ocupada em metros quadrados: da Avenida Consolação até a Avenida Brigadeiro há exatos 1.900 metros. A Avenida Paulista, de prédio a prédio, tem 40 metros de largura. Área ocupada 40 x 1.900= 76 mil metros quadrados. Espaço vital por pessoa: 60 cm x 60 cm= 0,36 metros quadrados. Estimativa da concentração: 76.000/0,36= 211 mil. Como a concentração fica bem mais rala nas extremidades, mas em compensação o vão do Masp é ocupado, bem como uma quadra das transversais mais próximas ao carro de som, pode-se arredondar a estimativa para 200 mil pessoas. As estimativas nas paradas LGBT+ de 1 milhão ou mais são para lá de fantasiosas.

Elie R. Levy

elierlevy@gmail.com

São Paulo

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A PRISÃO DE BOLSONARO

Prisão de Bolsonaro seria justa para 50% dos brasileiros, e injusta para outros 39%, diz pesquisa (Estadão, 28/2). As contas não fecham. A maciça participação do ato convocado por Bolsonaro na Paulista e o consistente apoio em redes sociais não dão credibilidade à pesquisa encomendada ao Instituto Quaest. Contra fatos não há argumentos, e aparentemente os números estão distorcidos. Aproveito o ensejo para sugerir aos encomendadores da pesquisa e ao referido instituto que façam também um levantamento sobre qual a porcentagem da população brasileira gostaria que Luiz Inácio voltasse para a prisão.

Maurílio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

Ribeirão Preto

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CRESCIMENTO DO BRASIL

Quase todos os brasileiros sabem que, para o País crescer e se desenvolver nos segmentos principais, há necessidade de: a) planejamento de gastos (arcabouço fiscal), com déficit zero; b) carga tributária suportável (o que se espera com o advento da reforma tributária); c) reforma administrativa para disciplinar e obter produtividade da máquina estatal; d) juros compatíveis com o custo das empresas; e) custo Brasil reduzido, pela redução dos porcentuais dos itens que o compõem; e f) credibilidade expandida pelo adimplemento contratual e pela certeza nas decisões judiciais, além de governos que exprimam confiança. O que falta para o Brasil?

José Carlos de Carvalho Carneiro

carneirojcc@uol.com.br

Rio Claro

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FREIO NO STF

O editorial do Estadão Freio ao revisionismo histórico no STF (28/2, A3) dá aos brasileiros a esperança de ter a sua Suprema Corte como incorruptível e apartidária. De fato, a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça pode ser o primeiro passo para colocar a casa em ordem. O segundo passo cabe ao Senado. Só por ter a esposa na defesa da J&F e seu nome citado no processo da Odebrecht como “amigo do amigo do meu pai”, o ministro Dias Toffoli deveria ter sido impedido de julgar o caso. Como restou “dúvida razoável” sobre a sua honestidade, cabe agora ao Senado deixar a história seguir o seu curso e abrir logo um processo de impeachment contra o referido ministro.

Nilson Otávio de Oliveira

noo@uol.com.br

São Paulo

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LUIZ FELIPE D’ÁVILA

Orgulho de ser assinante do Estadão ao ler o excelente artigo de Luiz Felipe D’Ávila na edição de 28/2 (Na democracia, a responsabilidade é nossa). Lucidez, coragem, inteligência, bom senso, patriotismo – tudo o que tem faltado às lideranças políticas do País nos últimos 20 anos.

Fabiano Marques de Paula

fabianomarquesdepaula@gmail.com

São Paulo

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‘ZEBU, UMA HISTÓRIA DE COMPROMISSO COM O BRASIL’

Muito bom o artigo de 28/2/2024 do advogado Nicolau da Rocha Cavalcanti sobre o gado zebuíno e o importante papel desempenhado pelas associações de criadores de gado para tornar o Brasil o maior exportador mundial de carne bovina. Lembramos que os bovinos não são nativos do Brasil, sendo que o maior mamífero nativo são as antas da família dos tapirídeos. Assim, a origem dos rebanhos dos grandes grupos de bovinos atuais – taurinos e zebuínos – é graças aos esforços ao longo do tempo dos pioneiros e visionários brasileiros, seja nas primeiras importações de bovinos ibéricos e das raças bovinas europeias, nos primórdios da pecuária rústica brasileira, gado mas adequadas às condições de clima temperado, seja em meados do século 19 , de Zebu (Bos taurus indicus), gado originário da Índia e do Paquistão e melhor adaptado às regiões tropicais e intertropicais, como a nossa. Lembrou o autor também do nobre papel de contribuir na alimentação do mundo como fornecedor global sustentável e da importância desta cadeia produtiva brasileira no desenvolvimento econômico da nação. Parabéns ao autor, cuja família cria gado Nelore desde 1916!

John Ferençz McNaughton

john@mcnaughton.com.br

São Paulo

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ALCATRAZ

A demora na recaptura dos dois presos que conseguiram escapar da penitenciária federal de segurança máxima de Mossoró (RN) constitui um fator de desconforto para os setores do governo relacionados com o sistema prisional do País. Falhas na vigilância das instalações que permitiram a liberdade ilegal, lacunas no rastreamento e na inteligência, dificultando as ações das forças de segurança mobilizadas no sentido de prender os fugitivos e, em última análise, a responsabilidade do Ministério da Justiça pelas deficiências citadas formam o cenário para o constrangedor acontecimento. Será que teremos por aqui uma versão cabocla da fuga, na década de 60 do século passado, de dois detentos da hoje desativada prisão de Alcatraz, de onde não havia até então sido registrada um só evento do tipo? As diferenças, porém, além da época dos ocorridos, são várias, a começar pelo ambiente: aqui, o sertão nordestino, lá a Baía de São Francisco. Lá, até hoje, não se tem certeza do destino dos fugitivos, se falecidos ou ilesos em algum lugar; aqui, apesar do período de liberdade ainda não tão longo, mas já perturbador, também o paradeiro dos evadidos é desconhecido. Finalmente, a grande distinção: os americanos ficaram entregues à própria sorte, mas, no caso doméstico, já há a suspeita de que estão sendo auxiliados pelo crime organizado e talvez até pela população local.

Paulo Roberto Gotaç

pgotac@gmail.com

Rio de Janeiro