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Antes de criar a Farm, sócios perderam dinheiro com franquia

Katia Barros e Marcello Bastos comandam empresa, que deve faturar R$ 410 milhões em 2015

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Por Gisele Tamamar
Atualização:

Primeiro, Katia Barros se formou em ciências contábeis e foi trabalhar em uma empresa de auditoria. Não gostou e não era feliz. A cartela de cor preta e cinza do ambiente de trabalho a deixou deprimida. Resolveu então abrir uma franquia de uma marca de moda com o pai e o sócio Marcello Bastos. Em um ano de operação, perdeu dinheiro de três carros e um apartamento de dois quartos.

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A luz no fim do túnel foi a Babilônia Feira Hype, evento que despertou o interesse de Katia com um "público bacana e uma estrutura enxuta". Foi ali que a Farm começou e encantou as consumidoras já com suas estampas coloridas.

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"Era mais um estande, foi completamente despretencioso, mas foi um sucesso desde o primeiro fim de semana. Foi uma inovação no jeito de vestir. Eu sempre gostei muito de cor, estampa. Naquela época, o mercado tradicional de moda feminina não era tão colorido. Comecei a tingir, usar cores e fez sucesso", conta Katia.

Hoje, a marca é exemplo de sucesso (mantém uma parceria mundial com a Adidas) e de como fazer negócios. Tanto que o Farm Fashion Business é até tema de curso da Perestroika, uma escola de atividades criativas.

Os números também comprovam o êxito da empresa. O faturamento do ano passado foi de R$ 365 milhões. A cifra deve chegar a R$ 410 milhões este ano.

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Serão 68 lojas próprias em operação, 1,8 mil funcionários, presença em 980 lojas multimarcas e um e-commerce com 40 mil visitas diárias únicas, que representa 10% do faturamento do negócio.

Enquanto Katia cuida da parte criativa, Marcello Bastos é o braço comercial desde o começo da marca, que atualmente faz parte do Grupo Soma. Com ele, nenhuma estratégia fica guardada a sete chaves. "Eu falo qualquer número, inclusive o modelo de negócio que a gente inventou. Já é uma carcaterística da minha gestão. Somos mais felizes contando do que nos resguardando", afirma. "Transformar o que a gente faz naquilo que realmente acontece depois de uma execução tem uma diferença muito grande", completa.

Etiqueta. Por um tempo, a Farm chegou a praticar preços diferenciados nas lojas do Rio de Janeiro. Engana-se quem pensa que tratava-se de uma referência ao Rio. O que aconteceu foi que a marca tinha uma política de vender pelo menor preço que ela conseguia. Mas quando a marca começou a expansão para outros Estados, outros custos apareceram (frete, estrutura do local, costureiras) e refletiram no preço na etiqueta.

O comum é utilizar a média de preços dos Estados, mas essa era justamente a estratégia que a Farm não queria adotar. "Eu não queria subir o preço do Rio. Demorei para conseguir equalizar", conta Bastos. Foi só depois de cinco anos, em 2010, com 15 lojas, que a marca ganhou escala e igualou os preços.

Trabalho. Bastos destaca que a Farm é uma marca criativa, em todos os sentidos, da cadeia de valor até o departamento de RH. "Temos uma gestão diferenciada, mas a empresa segue um cronograma muito rígido. Não adianta fazer roupas lindas e entregar fora do prazo. Somos uma empresa que precisa dar lucro sim, mas a gente pode dar lucro de uma forma um pouco diferente", afirma Bastos.

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