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Vale a pena comprar uma franquia repassada por alguém? Confira os principais cuidados

De acordo com especialista, repasse pode ser utilizado para fugir de taxas e multas referentes à rescisão contratual

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Foto do author Felipe Siqueira
Por Felipe Siqueira

Quer comprar uma franquia repassada por um outro empreendedor? O repasse ocorre quando o franqueado decide, por qualquer que seja o motivo, desfazer-se de uma unidade franqueada.

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Se ele foi o empreendedor que tirou o projeto do papel, teve que arcar com os custos básicos, como investimento inicial, gastos com instalação e projeto arquitetônico, royalties, taxas de fundo de propaganda, entre outros.

É muito importante saber que um contrato de franquia é fechado com base no perfil do franqueado. Esta reportagem mostra que a franquia é vendida para alguém a partir de uma análise de perfil.

Para manter o negócio nas mãos de alguém que satisfaça esse perfil, as marcas costumam fazer uma nova análise do próximo interessado.

É previsto na lei nº 13.966/2019, sobre setor de franchising, que a Circular de Oferta de Franquia (COF) descreva o perfil do franqueado ideal no que se refere a experiência anterior, escolaridade e outras características que deve ter.

Regras sobre repasse da franquia

É essencial verificar no contrato da unidade franqueada como se dá o processo de repasse de uma franquia, para saber o que pode ou não ser feito. O próprio franqueado pode sugerir alguém à franqueadora para que o perfil seja avaliado.

Se, após essas etapas, o repasse for permitido mediante negociação, ele pode até mesmo ser feito de maneira lucrativa.

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Da mesma forma, se o empreendedor decidir vender não a franquia inteira, mas alguns itens que estão na operação da unidade, também será necessário consultar o contrato para evitar surpresas desagradáveis.

Mas, neste ponto, existe um pouco mais de liberdade, conforme explica o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton.

“A não ser que seja um conteúdo exclusivo da marca, ‘preso’ sob contrato e que deva ser vendido de volta à franqueadora, se foi um equipamento que o franqueado adquiriu para a operação, ele pode até vender para outros franqueados da mesma rede, que vão precisar de itens semelhantes no dia a dia”, comenta Newton.

Ter uma operação em andamento pode ser vantajoso na hora de absorver a carteira de clientes  Foto: Dmitrijs Dmitrijevs - stock.adob

O especialista complementa que não existe necessariamente uma regra estabelecida com o passo a passo de como vendas de ativos internos de uma franquia devem ser feitas, mas existem as práticas mais comuns de mercado.

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Confirme sempre no contrato como esses procedimentos podem ser feitos, porque existem muitas variações a depender da marca.

Por que o repasse de franquia pode ser lucrativo?

O primeiro ponto é que, para franquias, sempre existe um prazo de contrato a ser cumprido. E, se uma eventual quebra de vínculo for feita antes do período de vencimento, pode ser cobrada multa.

Porém, Newton comenta que, caso a negociação seja amigável, é possível que a franqueadora não cobre multas nem taxas de rescisão.

Isso porque o contrato para a respectiva unidade será mantido, seja contando um novo período a partir da assinatura, seja terminando o prazo do então franqueado.

“A multa geralmente cobre o desgaste de não receber os royalties que seriam pagos pelo franqueado durante o tempo de contrato fechado. Com o novo dono, isso deixa de ser um problema.”

Portanto, caso precise sair do negócio, essa é uma opção mais vantajosa financeiramente que simplesmente romper com a franqueadora.

Além disso, se houve um trabalho de fortalecimento do ponto, com uma maior carteira de clientes, procedimentos e resultados consistentes, existe a chance de a venda ser feita por um valor maior do que foi pago inicialmente para adquiri-la. Logo, uma transação com lucro.

“A gente pensa em repasse, pensa em negócio quebrando, mas há os que vão bem e querem sair por ‘n’ motivos. Existe preconceito sobre repasse de negócios, mas ele tem suas vantagens para ambas as partes”, declara Newton.

Quais são as vantagens de uma franquia de repasse?

  • informações cedidas por mais de uma parte: além da franqueadora, existem as impressões cedidas pelo vendedor da franquia;
  • histórico mais preciso em relação a unidades que vão começar do zero, já que é possível ter acesso às vendas daquele PDV (Ponto de Venda) especificamente;
  • saber com antecedência o que pode ou não dar certo naquele local, avaliando horários de pico, sazonalidades, entre outros tópicos;
  • é possível observar a operação em funcionamento, em tempo real, para detectar pontos de melhoria. “Quando pega o repasse, tudo já está materializado. Já consegue ver o que pode melhorar na operação”, ressalta Newton.

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Essa possibilidade de já começar em um negócio que já tinha uma operação em andamento foi o que atraiu Denis Arruda, de 36 anos, para adquirir uma unidade da marca Anjos Colchões & Sofás.

“Quando você abre do zero, tem um processo de reforma. E, por já ter uma carteira de clientes (ativa), eu sempre analiso o ponto e como está o negócio”, comenta.

A mesma situação aconteceu com Ricardo Cirillo, de 53 anos, franqueado do market4u. “Foi uma oportunidade de iniciar de forma mais imediata e adquirindo a experiência necessária para expandir no negócio. A própria franqueadora oferece essa facilidade em algumas cidades”, explica.

Quais os cuidados principais com franquia de repasse?

  • para venda, verificar o que consta no contrato para saber o que é possível fazer;
  • para compra, checar todos os custos que podem envolver a operação, como taxa de franquia, taxa de transferência, renovação de layout da unidade ou até mesmo renovação de equipamentos;
  • para venda, consultar a franqueadora para ver se existirá alguma multa na hora da rescisão de contrato ou se isso será desconsiderado porque um perfil para a unidade já foi encontrado;
  • para compra, certificar-se de que o negócio tem potencial de lucro - com dados do dia a dia da operação.
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