Texto de Eleni Trindade
Os laboratórios investem continuamente em tecnologia e mão-de-obra para manter um bom padrão de atendimento. É o que diz o médico Wilson Shcolnik, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC), que reúne os especialistas que ficam à frente dos laboratórios clínicos."Os laboratórios sabem que devem seguir a norma mais completa existente para o setor - RDC 302/2005, da Anvisa -, pois ela regulamentou o funcionamento dos laboratórios de análises clínicas no País", destaca Shcolnik.
Como dirigente do setor, Shcolnik reconhece que os inspetores de Vigilância Sanitária, tanto estaduais como municipais, podem advertir ou mesmo punir até com fechamento do laboratório caso encontrem descumprimento a itens das normas em vigor em seu trabalho de fiscalização.
E ele diz que a participação dos consumidores é importante para melhoria contínua dos serviços.
"A SBPC entende que o cliente tem todo o direito de observar se as condições de atendimento estão de acordo com o preconizado pela legislação e se o ambiente oferecido é compatível com o que deve ser esperar de um serviço de saúde e um dos itens perceptíveis para o cliente é a utilização de material descartável para a coleta de amostras", orienta ele.
Se o cidadão tiver dúvidas quanto ao resultado do exame em si, ele recomenda procurar o responsável técnico do laboratório e o médico de confiança do paciente.
"De modo geral, o médico é a pessoa mais qualificada para julgar o resultado dos exames, pois conhece cada paciente, a situação na qual se encontra e as razões da solicitação de exames e pode interpretar os resultados e relacioná-los aos dados clínicos e dos exames físicos."
Um problema que pode ocorrer é a troca de exames ou análises com dados incorretos do paciente. Nesses casos, o que fazer?
"Com a utilização maciça de recursos tecnológicos pelos laboratórios - como a identificação imediata de amostras com código de barras -, felizmente, hoje esses casos se apresentam raramente."
"Quando há suspeitas dessas ocorrências", prossegue ele, "o laboratório deve ser imediatamente comunicado para que possa investigar o que ocorreu e tomar as providências cabíveis para cada caso. Não se pode generalizar", esclarece o presidente da SBPC.
O que ajuda muito, ele enfatiza, é a preparação do paciente antes da realização de exames. "Cada tipo de exame requer um preparo específico. A correta orientação pode ser obtida nos laboratórios ou mesmo fornecida pelo médico no ato da consulta", finaliza.
Preste atenção nestes itens
Se o laboratório é inscrito no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
O responsável técnico pelo estabelecimento deve ser
o e o posto de coleta de material mantêm disponíveis registros de formação e qualificação de seus profissionais compatíveis com as funções que eles desempenham
A higiene do local, dos funcionários e do material utilizado deve estar em ordem
As salas devem ser devidamente sinalizadas e separadas para: recepção, coleta de material e triagem, entre outras
Material utilizado (luvas, seringas e outros itens de contato direto com o paciente) tem de ser descartáveis
Forma de transporte das amostras devidamente etiquetadas
Se o laudo possui assinatura do profissional responsável
Deve proteger as informações confidenciais dos pacientes
Garantir a qualidade dos equipamentos, reagentes, insumos e produtos utilizados para diagnóstico de uso "in vitro"
Denúncias ou reclamações podem ser feitas na autoridade de Vigilância Sanitária
O laboratório clínico e o posto de coleta de material devem fornecer ao paciente um comprovante de atendimento
Esse documento deve ter o número de registro do atendimento, o nome do paciente, a data do atendimento, data prevista de entrega do laudo, relação de exames solicitados e dados para contato com o laboratório
Os profissionais do estabelecimento devem participar de treinamento contínuo
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