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Autor de impeachment de Dilma, Miguel Reale Jr. anuncia apoio a Lula e Janaina diz que já imaginava

Jurista afirma ser importante que petista vença no primeiro turno para ‘impedir ação desesperada de Bolsonaro’; deputada que também assinou o pedido diz que o movimento de Reale era esperado

Foto do author Pedro  Venceslau
Por Pedro Venceslau
Atualização:

Um dos autores do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015, o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior desistiu da terceira via e anunciou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 1° turno.

“Sem perspectiva de vitória da terceira via, é importante que Lula vença no primeiro turno, para se impedir ação desesperada de Bolsonaro. Decidir por Lula é consequência de saber que assim se evitará ataques à democracia, à dignidade da pessoa humana e ao meio ambiente, que, com certeza, sucederão com maior intensidade em novo mandato de Bolsonaro”, disse o jurista em mensagem enviada ao Estadão.

O jurista Miguel Reale Júnior Foto: André Dusek/Estadão

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O gesto de Reale, que foi ministro de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), se soma ao de outros quadros ligados ao PSDB como o ex-ministro dos Direitos Humanos e da Justiça José Gregori, o ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira, e o diretor geral da Fundação FHC, Sergio Fausto.

Os apoios reforçam a estratégia de Lula de impulsionar o voto útil na reta final da campanha. O senador José Serra (PSDB) foi sondado pelo PT para participar do ato com oito ex-presidenciáveis realizado em São Paulo, mas declinou porque por ora apoia a senadora Simone Tebet (MDB).

Procurada, a deputada estadual Janaina Paschoal, que assinou junto com Reale o pedido de impeachment de Dilma em 2015, disse ao Estadão que “já imaginava” que o jurista seguiria por esse caminho. “Pela resistência do professor em ingressar no processo de impeachment e pelos pleitos que fez para eu desistir, eu já imaginava que ele fecharia com Lula”, disse. “A chance de a esquerda voltar é real, até por isso me candidatei ao Senado.”

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, disse que não falou com Reale sobre o apoio a Lula. “Ele deve ter conversado com juristas”. Sem mencionar o nome do ex-ministro, Gleisi disse que hoje pessoas que participaram do processo de impeachment “avaliam que aquilo foi um erro.”

O Estadão apurou que advogados do Grupo Prerrogativas, que apoiam a candidatura petista , atuaram em conversas com Reale nos bastidores. Os advogados têm tido papel essencial na articulação política de Lula. Partiu deles o primeiro jantar em que o petista apareceu ao lado de Alckmin , em dezembro do ano passado, no Rubayat , em São Paulo. /COLABOROU LUIZ VASSALLO

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