Inaugurada no final do século XIX, a Avenida Paulista passou por diversas transformações de ocupação e no sistema viário, sem jamais perder sua relevância.
Hoje, sem sombra de dúvidas, é a via símbolo de São Paulo, onde, a qualquer hora do dia, é possível encontrar várias pessoas posando para fotos, quer como modelos profissionais, quer como turistas.
A atual feição do sistema viário já tem aproximadamente 50 anos de idade e é fruto de importantes obras realizadas poucos anos após a inauguração do MASP – Museu de Arte de São Paulo.
Em razão da magnitude e da importância que a obra de alargamento tinha para a cidade, a Avenida Paulista mereceu projeto específico de mobiliário urbano, desenvolvido na prancheta dos arquitetos João Carlos Cauduro e Ludovico Martino.
Assim, dentre outros itens específicos, semáforos e sinalização de vias e de tráfego foram instalados em totens pretos, que se transformaram em verdadeiros ícones daquela via.
Embora com conservação precária – como infelizmente ocorre com a maior parte do equipamento público da cidade de São Paulo -, esses totens permanecem firmes, com aspecto contemporâneo, típico de bons projetos atemporais.
Em que pese toda essa história, a cidade foi surpreendida, há pouco tempo, com a instalação de dezenas de postes junto das esquinas da Avenida Paulista com placas padrão de sinalização de vias públicas. As famosas placas azuis.
Para que, pergunto, se em 50 anos não foram necessárias?
Quem foi o “iluminado” que, sem conhecer a trajetória de evolução dessa via – símbolo, verdadeiro monumento da cidade, resolveu fazer tão desastrada intervenção?
Ninguém o conteve?
É uma verdadeira agressão ao patrimônio público, feita por quem o deveria preservar!
A cidade não aguenta mais descasos com sua história e, aproveitando o ensejo, que tal um trabalho de manutenção nos elementos que, cinquentenários, continuam prestando bons serviços em nossa velha conhecida Avenida Paulista?