O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou o acordo de colaboração premiada do ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP). Segundo o Estado apurou, o ministro decidiu manter a delação sob sigilo por enquanto.
A homologação põe fim a um longo processo de negociação. A delação de Corrêa foi assinada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) em março de 2016.
Em setembro, o então relator da Lava Jato, ministro Teori Zavascki, havia pedido novas diligências e cobrou uma redução na quantidade de assuntos tratados no acordo, em especial, os anexos com revelações genéricas, sem apontamento de fato específico, e o robustecimento de provas apresentadas.
Só depois, o termo deveria ser reapresentado para análise de homologação, agora realizada pelo relator Edson Fachin.
Entre os citados na delação do ex-parlamentar estão o ex-presidente Lula e o cartel de empreiteiras da Petrobrás.
COM A PALAVRA, LULA
As referências do ex-deputado Pedro Correa ao ex-Presidente Lula são mentirosas e devem ser compreendidas em um contexto em que os delatores estão sendo obrigados a falar algo sobre o ex-Presidente para poder deixar a prisão ou receber outros benefícios da Força Tarefa da Lava Jato.
Paulo Roberto Costa já prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro em 23/11/2016 e afirmou, sob o compromisso de dizer a verdade: "nunca tive intimidade com o presidente da república, o presidente Lula"; "eu nunca tive nenhuma reunião só eu e o presidente Lula"; e, ainda, "eu não tinha intimidade com o presidente Lula".
Pedro Correa também já prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro na mesma data e reconheceu que foi chamado pelos Procuradores da Lava Jato para "refazer alguns anexos" para permitir que fosse formulada uma acusação sem provas contra Lula. Cristiano Zanin Martins