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Ferramentas para mulher gerir as finanças da empresa é passo fundamental para equidade de gênero

Por Andrezza Rodrigues 
Atualização:
Andrezza Rodrigues. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Atenção que este texto tem spoiler da série "Coisa Mais Linda", da Netflix. Caso você não tenha assistido e, pretenda assistir, pule para o segundo parágrafo! Para quem ficou: a série exemplifica com maestria a violência e submissão financeira que as mulheres sofrem no Brasil desde muito tempo. Abandonada pelo marido no final dos anos 50, a protagonista tenta abrir uma casa de shows no Rio de Janeiro. Nesse processo descobre que precisa de um homem para obter empréstimo no banco e que seu marido era automaticamente o gestor de sua empresa.

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Não ter CPF e conta corrente são realidades que a minha vó enfrentou. Então, não estou falando de um passado remoto. Na verdade, há apenas 58 anos que as mulheres podem ter uma empresa de forma totalmente autônoma no país. Pouco mais de meio século depois, a situação ainda é desoladora para as mulheres que querem empreender no Brasil.

A submissão financeira causa até hoje consequências econômicas no dia a dia da mulher. Sem nenhuma mudança, no ritmo atual, só iremos obter a paridade de gênero completa em 257 anos. Os dados são do Fórum Econômico Mundial de 2019.

Por isso que são necessárias cada vez mais ferramentas tecnológicas que potencializem a força das mulheres e permitam que haja uma ponte para atravessar esse abismo que foi cavado pela sociedade passada.

A gestão da área financeira da empresa é um dos setores onde o machismo mais prevaleceu - e olha que a disputa é grande. Sempre fomos excluídas deste processo e se criou um mito de que é algo muito complexo e fora de alcance. Na verdade, não é. E, com ferramentas simples, a mulher pode cuidar das finanças de forma rápida e dar total foco ao core business, que nada mais é que a atividade principal da empresa.

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Da mulher empresária, cobra-se também que seja mãe, esposa, cuide da casa, dos filhos e ainda seja líder do seu negócio. Mais da metade, 55%, das mulheres MEI também têm que fazer trabalhos domésticos, mostra pesquisa do Sebrae. Isso é mais um exemplo de como é importante criar ferramentas que facilitem a gestão da empresa para a mulher, já que ela muitas vezes tem que se dedicar a múltiplas jornadas.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) verificaram que desde 2015 as mulheres empreendedoras são mais jovens e têm um nível de escolaridade 16% superior ao dos homens. Entretanto, elas continuam ganhando 22% menos que os empresários.

Com mais estudo e ganhando menos. A realidade da empreendedora é dura e, por isso, todas as ferramentas que potencializem essa força devem ser absorvidas e propagandas entre nós. Mesmo diante de tantas barreiras, nos sobressaímos: durante a pandemia, os negócios liderados por mulheres tiveram 40% de crescimento, mostram dados da RME.

Se em um cenário desafiador como esse, apenas com sua força e mão na massa, as mulheres tiveram esses resultados, imagina o que podem fazer com o apoio das tecnologias que facilitem sua jornada e amplifique seu potencial?

*Andrezza Rodrigues é contadora, com MBA em Controladoria e Gerência Contábil, e fundadora da HerMoney

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