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Um estudo da Fundação Getúlio Vargas sobre a repercussão do coronavírus nas redes sociais mostra que, no Twitter e no Facebook, o grupo que mais cita a epidemia está relacionado com um 'forte debate de humor' (34,83%) e outros 7,35% são compartilhamento de piadas e memes. A reação relacionada ao humor, assim, domina 42% das redes, mesmo com dados alarmantes, como a alta no número de infectados, já em 182, segundo dados do governo federal, e o forte impacto na economia, que derrubou a bolsa ao pior índice desde mensal desde 2018.
O levantamento foi feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP). "Em menos de 48 horas, brasileiros citam a doença mais de 1 milhão de vezes no Twitter, em somatório de 3,3 milhões de referências ao coronavírus desde 15 de janeiro no país - no mundo, desde 20 de fevereiro já são mais de 15 milhões de tuítes, com o Brasil sendo o quarto país de maior volume de debate".
Já no Facebook,'desde janeiro já são mais de 31 milhões de interações em links compartilhados sobre o coronavírus - e no fim de fevereiro, com a confirmação do primeiro caso, em São Paulo, média diária de interações pula de 100 mil por dia para 2,7 milhões'.
O estudo aponta uma restrição às fake news no Facebook, que tem contribuído para evitar sua disseminação. "no Facebook, nenhum dos 50 links de maior volume de compartilhamento desde 24 de fevereiro faz a divulgação de conteúdos conspiratórios ou falsos sobre o avanço da epidemia, com presença total de veículos da imprensa tradicional entre as publicações de maior alcance".
A FGV revela: " Dois grupos principais organizam o debate no Twitter: um, com 34% das interações (rosa, no mapa abaixo), é formado por cidadãos comuns que abordam o coronavírus de forma sobretudo irônica, com piadas e associações ao carnaval; o outro (amarelo), com 17% das interações, é engajado pela imprensa oficial; de forma bastante rara nas redes sociais, grupos de esquerda e de direita apresentam baixa atuação no debate, rompendo a forte polarização na rede".
Segundo a Faculdade, 'no pós-carnaval, brasileiros questionam capacidade de contenção do vírus, por parte do governo federal, pela queda de investimentos em pesquisa e ciência no país, e citam aumento nos casos de dengue e de sarampo, mencionados em mais de 150 mil tuítes'.
Segundo a FGV, 'frente à baixa atividade de políticos e influenciadores da direita ao discutir o coronavírus, pela primeira vez no cenário político brasileiro, desde o ano passado, o perfil oficial do Ministério da Saúde no Twitter foi o maior influenciador. O mesmo grupo afirma que a imprensa e a oposição usam o coronavírus para coibir as manifestações de 15 de março
Geolocalização: São Paulo reúne 27% das menções, seguido por Rio de Janeiro (21%), Distrito Federal (13%), Minas Gerais (8%), Rio Grande do Sul (7%), Paraná (6%) e Pernambuco (4%). Brasília, portanto, é a cidade com maior concentração de postagens sobre a doença, mas a cidade do Rio tem (12%) mais publicações que a capital paulista (11%)
A FGV ainda destacou outros dois elementos do debate nas redes:
o Medo e riscos de infecção: em 10% das menções no Brasil há referência direta, por parte dos perfis, à possibilidade de rápido contágio pela doença, ao medo de se infectar ou à necessidade de que haja maior precaução, como o uso de máscaras e de procedimentos para evitar aglomerações urbanas e pessoas com sintomas gripais
o O impacto do carnaval: dezenas de grupos, com mais de 20% das interações totais do debate, satirizam o fato de que o primeiro caso confirmado no Brasil aconteceu durante a folia, potencializando contaminação, ou fazem piadas sobre a resistência do brasileiro ao vírus, após a crise hídrica no Rio, o consumo de álcool no feriado, as greves de policiais e os problemas crônicos de saneamento no país
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