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'Não há dúvida de que há uma evidente determinação para perseguir o ex-presidente Temer', diz advogado

O defensor reiterou a inocência do ex-presidente e afirmou que juízes não podem se tornar 'combatentes de uma causa', sob o risco de 'tomar parte' nos processos; "O ex-presidente jamais agiu no sentido de impedir qualquer tipo de apuração"

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Por Pedro Venceslau , Pepita Ortega , Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Atualização:

Eduardo Carnelós. Foto: Adriano Machado/Reuters

"Não há dúvida que há uma evidente determinação em perseguir o ex-presidente Temer", afirmou o advogado Eduardo Carnelós, em frente à residência do emedebista, solto nesta quarta-feira, 15. O defensor reiterou a inocência de Michel Temer e afirmou que juízes não podem se tornar 'combatentes de uma causa', sob o risco de 'tomar parte' nos processos.

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Michel Temer estava preso desde quinta-feira, 9, no âmbito da Operação Descontaminação, braço da Lava Jato no Rio, após decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região que derrubou liminar em habeas corpus concedida pelo desembargador Ivan Athié. O ex-presidente foi solto por decisão unânime da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça nesta terça, 14.

Na tarde desta quarta, 15, ele chegou a sua casa, no bairro de Alto de Pinheiros, em São Paulo, onde disse que aguardava com 'toda tranquilidade e serenidade' a decisão da Corte Superior. Depois, passou a palavra para Carnelós.

Ainda segundo o advogado, a decisão de ontem do STJ mostrou uma "firmeza" muito grande e os votos foram "contundentes".

"Tenho absoluta convicção que essas acusações serão destruídas. Não há nenhum embasamento probatório consistente. Estão todas calcadas na palavras de delatores", disse Carnelós. O defensor de Temer também elogiou o juiz do STJ Nefi Cordeiro, responsável pelo voto mais contundente em favor da liberdade do ex-presidente.

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"O juiz Nefi Cordeiro foi muito firme no seu voto ao dizer que juiz não é combatente do crime. Nós precisamos entender que juiz é aquele que julga os fatos. Se o juiz se torna um combatente de uma causa, ele deixou de ter a indispensável isenção para julgar qualquer coisa", disse Carnelós.

"Sempre há uma diferença entre fato e opinião. Não há dúvida que há uma evidente determinação em perseguir o ex presidente Temer. Eu só posso lamentar".

"Eu disse logo depois da determinação do TRF, ainda lá no Rio, e depois em São Paulo, que nós confiamos no poder Judiciário. É por confiar no poder Judiciário, que nós estamos seguros de que tudo haverá de ser conduzido na forma que prevê o ordenamento jurídico", disse Carnelós.

"Eu não posso acreditar que depois da decisão proferida ontem do STJ haja uma nova determinação de prisão, obviamente sem que haja um fato novo. E não há fato novo. O ex-presidente jamais agiu no sentido de impedir qualquer tipo de apuração. Mesmo quando estava no exercício do cargo da Presidência da República, jamais agiu com esse propósito. Jamais tomou medida com esse objetivo", argumentou.

 

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