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Fachin intima Renan e Eduardo Braga em investigação da Lava Jato sobre R$ 40 mi por apoio do MDB à campanha de Dilma

Delação de ex-executivo do Grupo J&F aponta supostos pagamentos a senadores e ex-senadores emedebistas nas eleições 2014, quando a petista foi reeleita

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Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

Renan Calheiros. Foto: Adriano Machado/Reuters

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta terça, 5, uma série de mandados de busca e apreensão, além de medidas de sequestro de bens, por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte. Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Eduardo Braga (MDB-AM), Jader Barbalho (MDB-PA), o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo Filho e o ex-ministro Guido Mantega foram intimados para prestar depoimento no âmbito da investigação.

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A ação é um desdobramento do inquérito 4707, que apura supostas doações de R$ 40 milhões feitas pelo grupo Grupo J&F a senadores do MDB para as eleições de 2014. A informação partiu do depoimento de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, e também consta na colaboração do ex-executivo do grupo, Ricardo Saud, que serviu como base para a instauração do inquérito.

Os alvos dos mandados cumpridos nesta manhã são endereços de supostos operadores dos senadores do MDB.

Em sua delação, Saud indicou ainda que operacionalizou suposto pagamento de R$ 40.982.601,00 a pedido do ex-ministro Guido Mantega (Fazenda/2006/2015/Governos Lula e Dilma) 'com o objetivo de garantir unidade do PMDB em prol da candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff'. O delator disse ainda que os pagamentos foram feitos por meio de 'simulação da prestação de serviços e emissão de notas fiscais fraudulentas, entregas em espécie e doações oficiais'.

Saud citou supostos pagamentos para Eduardo Braga e Renan Calheiros, o ex-senador e atual do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo Filho, o ex-senador Eunício Oliveira (CE), ex-senador Valdir Raupp (RO), o senador Jader Barbalho (MDB-PA).

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Além deles, o governador do Pará, Hélder Barbalho também é investigado no âmbito do inquérito 4707.

 Foto: Estadão

O senador Eduardo Braga. Foto: Lia de Paula / Agência SenadoEm junho, o delegado Bernardo Guidali Amaral, que assina as intimações enviadas aos senadores Renan Calheiros e Eduardo Braga, pediu a Fachin que prorrogasse o prazo do inquérito.

Segundo o advogado Luiz Henrique Machado, Renan Calheiros recebeu a intimação em Maceió, mas não há cumprimento de mandados judiciais em endereços ligados ao parlamentar.

A defesa de Eduardo Braga também indicou que não são realizadas buscas em endereços ligados ao senador. Em nota, o parlamentar informou ainda que já entrou em contato com a Justiça para 'ajustar' a data de sua oitiva. / COLABOROU DANIEL WETERMAN

A intimação recebida pelo senador Eduardo Braga na manhã desta terça, 5. Foto: Reprodução

COM A PALAVRA, A DEFESA DE EDUARDO BRAGA

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"O senador Eduardo Braga recebeu esta manhã uma solicitação do Delegado Bernardo Amaral para prestar esclarecimentos no inquérito 4707 (STF). Já estabeleceu contato para ajustar a data. O senador sempre se colocou à disposição para colaborar com qualquer investigação. A cobertura midiática de hoje, talvez por sensacionalismo, talvez por desinformação, menciona fato que simplesmente não existiu, na medida em que nenhuma medida de busca e apreensão foi realizada na residência ou em qualquer outro endereço do senador Eduardo Braga."

COM A PALAVRA, A DEFESA DO SENADOR RENAN CALHEIROS

"Senador Renan não foi alvo de operação. Não há busca e apreensão, como também não há qualquer determinação a ser cumprida nas dependências do Congresso. Entregaram uma simples intimação para prestar esclarecimentos. Nada mais que isso".

COM A PALAVRA, O MINISTRO VITAL DO RÊGO FILHO

Em nota, a defesa do ministro informou que não houve cumprimento de mandados de busca ou apreensão em endereços do ex-senador, mas uma solicitação para depoimento. "O Ministro é o maior interessado em esclarecer os fatos e, portanto, atenderá a solicitação do depoimento, colaborando com a justiça, como sempre tem feito", diz o texto.

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COM A PALAVRA, O SENADOR JADER BARBALHO

"O senador Jader Barbalho recebeu a intimação sobre o Inquérito 4707, entrou em contato com a Polícia Federal para agendar uma nova data, em Brasília, quando prestará todos os esclarecimentos necessários."

COM A PALAVRA, A DEFESA DO EX-SENADOR EUNÍCIO DE OLIVEIRA

A reportagem tenta contato com a defesa do ex-senador. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, A DEFESA DO EX-SENADOR VALDIR RAUPP

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"A defesa informa que Valdir Raupp compareceu hoje à sede da Polícia Federal, em Brasília-DF, para prestar esclarecimentos, oportunidade que informou não ter concorrido às Eleições de 2014; ainda, que não presidia o Diretório Nacional e Estadual do Partido à época. A defesa aguarda acesso aos autos."

COM A PALAVRA, O PT

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do partido por email. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, O MDB

"O MDB não comenta decisões judiciais"

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COM A PALAVRA, O GOVERNADOR HELDER BARBALHO

"A doação eleitoral do grupo JBS à campanha de Helder Barbalho ao governo do Pará, em 2014, foi feita dentro da legislação vigente à época, registrada no TRE e aprovada pela Justiça Eleitoral, não havendo nenhuma irregularidade. Ressaltamos que a campanha a governador foi realizada somente com recursos oficiais, devidamente registrados e aprovados pelo Tribunal Regional Eleitoral."

COM A PALAVRA, A DEFESA DO EX-MINISTRO GUIDO MANTEGA

"Guido Mantega não foi alvo de busca e apreensão, apenas recebeu uma intimação para prestar depoimento. Sua defesa já entrou em contato com as autoridades para agendar seu comparecimento, oportunidade em que prestará todos os esclarecimentos no interesse das investigações."

COM A PALAVRA, A DEFESA DA EX-PRESIDENTE DILMA

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A reportagem tenta contato com a defesa da ex-presidente Dilma. O espaço está aberto para manifestação.

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