A Operação Encilhamento, deflagrada nesta quinta-feira, 12, prendeu a contadora Meire Poza por suposto envolvimento em esquema de fraudes bilionárias contra sistema de previdiência de pelo menos 28 municípios de 7 Estados. Ela já está na sede da Polícia Federal em São Paulo.
+ PF põe operação Encilhamento contra fraudes de R$ 1,3 bilhão na Previdência de 28 prefeituras
Meire era contadora do doleiro Alberto Youssef, que fez delação premiada na Operação Lava Jato e apontou o elo do esquema de propinas na Petrobrás com o núcleo político - deputados, senadores e governadores.
Ela trabalhava na GFD Investimentos, uma das empresas de fachada do doleiro, usada para lavar dinheiro ilícito e encaminhar propinas a políticos.
Meire não fez delação premiada, mas colaborou com as investigações e se tornou testemunha importante da Lava Jato.
Nesta quinta, 12, ela foi presa na Operação Encilhamento, que investiga fraudes de R$ 1,3 bilhão no sistema previdenciário de pelo menos 28 municípios.
A ação é a segunda fase da Operação Papel Fantasma, para apurar fraudes envolvendo a aplicação de recursos de Institutos de Previdência Municipais em fundos de investimento. A investigação suspeita que os fundos tem debêntures sem lastro (título de dívida que gera um direito de crédito ao investidor) que ultrapassam R$ 1,3 bilhão.
A operação, que conta com o apoio da Secretaria de Previdência - SPREV, identificou 28 Institutos de Previdência Municipais que investiram em fundos que, por sua vez, direta ou indiretamente, adquiriram os papéis sem lastro.
Segundo a PF, uma empresa de consultoria foi contratada pelos Institutos de Previdência. Há indícios que 'apontam para corrupção de servidores ligados a alguns Institutos de Previdência'.
Os mandados de prisão, além de outros 60 de busca e apreensão, estão sendo cumpridos em Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, Rio e São Paulo.
Estão sob investigação 13 fundos de investimento. No segundo semestre de 2016 foi constatada a existência de R$ 827 milhões em apenas oito destes fundos, dinheiro que, segundo a PF, destina-se ao pagamento das aposentadorias dos servidores municipais.