Segmento fitness traz lição de otimismo após reabertura em alguns Estados

Blog

image

Blog

Blog do Fausto Macedo

PUBLICIDADE

Por Antonio Maganhotte Junior
3 min de leitura
Antonio Maganhotte Junior. Foto: Divulgação

A lista de atividades que vem recebendo autorização para voltar a funcionar está aumentando a cada dia. Em algumas cidades brasileiras, desde o final de abril os negócios do segmento health & fitness já tiveram a liberação de seus governos para reabrirem, com os devidos cuidados. E o que essas experiências podem nos mostrar mesmo em meio à pandemia da Covid-19?

Pelo menos quando falamos desse setor, eu diria que é uma lição de otimismo. Está acontecendo uma retomada das atividades em 19 estados que iniciaram a reabertura dos seus estabelecimentos e na nossa base de dados, de mais de 3 mil clientes, constata um resultado muito positivo. Apesar das academias, estúdios e centros de treinamento terem perdido em média 64,7% dos seus alunos durante o isolamento social, após o retorno das atividades a recuperação de clientes foi superior, com uma média de 72%. Ou seja, houve grande recuperação em pouco tempo de operação. A reativação dos estabelecimentos fitness tem sido feito com clientes antigos e também com a conquista de novos.

O levantamento acima foi coletado entre 27 de abril e 19 de julho. Para chegar nesses dados foram monitorados os negócios fitness subdivididos em: academias (low cost, intermediário, premium e piscina), centros de treinamento (box de crossfit, artes marciais, espaços de treinamento funcional e crosstraining) e estúdios (pilates, yoga, pole dance e dança).

Sem dúvidas esses percentuais indicam um dado bastante positivo para o setor e uma tendência clara nacional, já que na maioria dos estados a porcentagem de recuperação de alunos é maior do que a perda deles. E aqui é importante ressaltar: claro que haverá desafios, mas é importante estar preparado, porque as pessoas estão dispostas a retornar para suas atividades físicas.

Devemos levar em consideração que o cenário é ainda muito instável. De uma forma geral, o comportamento de retorno dos alunos foi gradativo. Em abril a frequência média dos alunos dos centros de treinamento era de 14%, em maio passou a ser 23,6%, em junho chegou na casa do 30,9% e em julho já atingiu 32%. Nas academias o cenário é um pouco diferente, diante das oscilações, mas ainda muito positivo se comparar ao início do período analisado. Em abril a média de alunos era de 15%, em maio chegou a 20,4%, em junho chegou a 22,8% e em julho houve uma queda na média contabilizando 21,5%.

Os números demonstram que com o passar dos dias a confiança aumenta e as pessoas sentem-se mais seguras em sair de casa. Claro que isso depende totalmente das medidas de segurança que cada estabelecimento vai oferecer neste momento.

Continua após a publicidade

Portanto, os proprietários devem repensar seus modelos de negócio, tornando-o mais seguro. Mas, como? Os dados que levantamos trazem as dicas: pagamentos recorrentes, por exemplo, são um dos que tiveram menor perda nesse período. E isso faz total sentido, até porque se modernizar com um sistema adequado não é apenas uma facilidade para o presente, mas um benefício para o futuro do negócio. Da mesma forma, os agendamentos online das aulas e do uso dos espaços da academia devem ser um requisito importante no retorno às aulas. Neste momento as pessoas só irão sair de casa com a garantia de que estará seguro e com o limite máximo de pessoas permitido naquele horário.

Outro aspecto bastante relevante é a comunicação, seja ela a virtual para este momento de pandemia, ou a corpo a corpo, quando os negócios abrirem de fato. Clientes mais engajados com a sua marca têm maior chance de serem fiéis. O uso de aplicativo, redes sociais, site, blog, whatsapp, newsletter e todas as ferramentas digitais disponíveis mostrou-se muito eficaz. O engajamento deve acontecer em todas as esferas. E no que diz respeito à online, siga dando dicas, gravando vídeos, mostrando os cuidados que têm tomado enquanto empresário. O mesmo deve ser reforçado presencialmente. O que vale e tem se mostrado cada vez mais essencial é ser relevante na vida dessas pessoas em todas as plataformas. Agora e sempre!

*Antonio Maganhotte Junior, CEO da Tecnofit, sócio do EBANX e Honey Island Capital. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.

Notícias em alta | Política






Veja mais em politica