PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

TCE cobra de Tarcísio informações sobre edital das câmeras corporais

Conselheiro de Contas deu prazo de 24 horas para Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo informar detalhes do certame para compra dos equipamentos; pregão está marcado para a próxima segunda-feira, 10; governo do Estado afirmou à reportagem que, assim que for notificado formalmente, prestará os esclarecimentos

PUBLICIDADE

Foto do author Pepita Ortega
Atualização:
Dados indicam que uso das câmeras nas fardas dos PMs vem contribuindo para a segurança dos policiais e da população em geral. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Enquanto é questionado no Supremo Tribunal Federal, o edital do governo Tarcísio para a compra de câmeras corporais para policiais também entrou na mira do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. O conselheiro-substituto Alexandre Manir Figueiredo Sarquis notificou a Secretaria de Segurança Pública a responder questionamentos sobre o certame.

PUBLICIDADE

O Estadão apurou que o secretário de Segurança Guilherme Derrite compareceu a Corte de Contas para prestar as explicações, mas é necessário que a pasta apresente as informações nos autos. O governo do Estado afirmou à reportagem que, assim que for notificado formalmente, prestará os esclarecimentos ao Tribunal de Contas do Estado.

O despacho foi assinado nesta quarta-feira, 5, e deu 24 horas para que o governo do Estado se manifeste sobre o caso, apresentando ‘alegações e justificativas que entender pertinentes’. A avaliação de Sarquis é a de que há tempo para que o Estado se pronuncie, considerando que o pregão será aberto no dia 10 de junho, próxima segunda.

Segundo o conselheiro, a manifestação do governo deve se debruçar especialmente sobre alguns pontos: a modalidade escolhida para o certame, de pregão eletrônico; e a quantidade de fornecedores que podem ser esperados.

A intimação foi expedida após aportar na Corte de Contas uma representação da vereadora Elaine Cristina Mineiro (PSOL), visando a suspensão da licitação.

Publicidade

A parlamentar pediu o exame prévio, em caráter de urgência, do edital da Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação da Polícia Militar do Estado de São Paulo, com vistas à ‘contratação de empresa especializada para prestação de serviço, de solução integrada de gestão, captação, transmissão, armazenamento, custódia e compartilhamento, de vestígios digitais por câmeras operacionais portáteis’.

Em representação ao TCE, Elaine argumentou que o edital do governo de São Paulo está ‘inadequado na modalidade licitatória optada’, de pregão eletrônico. A vereadora diz que o serviço objeto da licitação ‘não é comum’, além de apontar ‘contradições entre as cláusulas’ do texto do edital.

Outro questionamento é sobre o reconhecimento facial pelas câmeras corporais dos PMs. A vereadora diz que a intenção do governo do Estado é vincular as câmeras públicas com câmeras privadas de condomínios e aponta risco de perfilamento racial, além de falta de segurança sobre a coleta de dados biométricos sem autorização ou ciência das pessoas.

“O uso de câmeras corporais é uma ferramenta de controle social, necessária para a vida do povo preto e periférico, garantindo controle social da atuação policial. Entretanto, o uso de reconhecimento facial é jurídica e administrativamente incabível, chocando-se com o princípio administrativo de interesse social, utilizando-se de uma tecnologia de viés racista”, argumenta.

COM A PALAVRA, A SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO

Publicidade

O edital para a contratação de 12 mil novas câmeras corporais portáteis (COPs) cumpre rigorosamente a legislação vigente. Desenvolvido a partir de consultoria com o Gartner Group, o edital prevê um aumento de 18,5% no número de câmeras corporais, além da modernização dos equipamentos com a inclusão de novas funcionalidades para apoiar o trabalho policial. A modelagem está em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Portaria nº 648/2024 do Ministério da Justiça e Segurança Pública, incluindo o tempo de armazenamento das imagens que permanece em 365 dias. Assim que for notificado formalmente, o Governo prestará os esclarecimentos ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.