PUBLICIDADE

Bolsonaro diz repudiar ‘ação armada’ contra PF e falas de Jefferson sobre Cármen Lúcia

Com um dia de atraso, presidente se manifesta sobre agressão de aliado à ministra do STF e postura de ex-deputado diante de agentes da Polícia Federal; ministro da Justiça afirmou que pasta está empenhada em apaziguar crise

PUBLICIDADE

Foto do author Amanda Pupo
Foto do author Adriana Ferraz
Por Amanda Pupo (Broadcast) e Adriana Ferraz
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi às redes sociais na tarde deste domingo, 23, para repudiar as ofensas proferidas pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), seu aliado, contra a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) - a quem chamou de “prostituta” - e também criticar sua reação contra a Polícia Federal. Agentes cumpriam um mandado de prisão contra Jefferson quando o ex-deputado reagiu à abordagem e atirou uma granada contra os policiais. Dois agentes foram feridos por estilhaços, mas passam bem.

PUBLICIDADE

Bolsonaro afirmou que determinou a ida do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ao Rio de Janeiro para acompanhar o “andamento deste lamentável episódio”. Na mesma postagem, contudo, o presidente voltou a criticar a atuação da Justiça, dizendo repudiar “a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP”.

“Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP”, escreveu Bolsonaro.

Em sua rede social, o ministro Anderson Torres afirmou que o momento é “de tensão”, mas que a pasta está empenhada em trabalhar para minimizar a crise. “Ministério da Justiça está todo empenhado em apaziguar essa crise, com brevidade, e da melhor forma possível”, escreveu.

A defesa de Jefferson afirmou durante à tarde que ele não entregou, mas que aguardava a chegada de Torres “para poder ir em segurança”.

Roberto Jefferson chegou a se apresentar neste ano como pré-candidato à Presidência, mas teve o registro da candidatura indeferido. Em seu lugar quem disputou foi Padre Kelmon (PTB), que estava neste sábado com Bolsonaro em evento de campanha.

Ex-presidente nacional do PTB, ele é investigado por atuação em milícia digital contra a democracia, relatado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ― e desafeto de Bolsonaro.

Publicidade

O ex-presidente do PTB, Roberto Jefferson, está preso em casa por envolvimento no inquérito das fake news. Foto: Jorge William /Agência O Globo

O ataque contra a PF aconteceu no município de Levy Gasparian, no Rio de Janeiro, onde Jefferson cumpre prisão domiciliar desde o começo do ano. Não se sabe se a ida dos agentes ao local tem relação com as ofensas proferidas no sábado. O ex-deputado é réu no inquérito das fake news instaurado de ofício pelo ministro do STF .

Na decisão que tirou Jefferson do presídio de Bangu 8, no Rio de Janeiro, e o liberou para o regime domiciliar, Moraes proibiu o ex-deputado de manter qualquer comunicação exterior, vedando inclusive a participação em redes sociais. À época, o ministro destacou que o descumprimento injustificado das medidas resultaria no restabelecimento imediato da prisão preventiva.

Ofensas a Cármen Lúcia

Em vídeo divulgado na sexta-feira, 21, Jefferson comparou a ministra Cármen Lúcia, que atua no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a uma “prostituta” por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan. Ele usou também os termos “Bruxa de Blair” e “Carmen Lúcifer” para se referir à ministra. Os ataques foram fortemente repudiados por Moraes, a presidente do Supremo, Rosa Weber, juízes federais e políticos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.