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Borges não representa o PR, diz secretário da sigla

Segundo integrantes da legenda, situação de ministro dos Transportes está desgastada dentro do partido

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Por Erich Decat
Atualização:

O secretário-geral do Partido da República (PR), senador Antônio Carlos Rodrigues (SP), afirmou nesta terça-feira, 24, que o ministro dos Transportes, Cesar Borges (PR-BA), não representa a legenda. "Ele não representa o partido. Isso está claro", afirmou Rodrigues ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado. As declarações do senador ocorrem dois dias depois de o partido realizar convenção nacional em que decidiu delegar a decisão sobre aliança presidencial para a Executiva Nacional. O encontro dos integrantes do colegiado está previsto para ocorrer na próxima segunda-feira (30), prazo final para o anuncio das chapas que disputarão o próximo pleito. Segundo integrantes da legenda, a situação de Borges dentro do partido nunca foi boa e o desgaste teria aumentado nas ultimas semanas com a falta de uma aproximação do ministro com as bancadas da Câmara e do Senado. Integrantes da cúpula do PR dizem que diante do mal estar a expectativa é que Borges entregue o cargo ainda nesta semana. Um dos nomes cotados por integrantes do partido para assumir o cargo está o do ex-ministro Paulo Sérgio Passos. Rodrigues esteve nesta terça no Palácio do Planalto e se reuniu com os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Ricardo Berzoini, para comunicar que Borges, não representa o partido. Este comunicado já havia sido feito pelo partido em outras ocasiões, mas sempre foram relegadas a segundo plano pelo governo. O partido quer substituir o ministro, mas também não aceita a volta do ex-ministro Paulo Sérgio Passos, que já esteve na pasta e é um nome do agrado da presidente Dilma Rousseff. Esta nova rebelião do PR acontece às vésperas da reunião da Executiva Nacional, marcada para a próxima segunda-feira, quando o partido definirá se continuará apoiando ou não a reeleição da presidente Dilma. O Planalto não quer abrir mão de mais um partido da base aliada, depois de ser surpreendido com o abandono do PTB que se debandou para apoiar o senador Aécio Neves, candidato pelo PSDB à Presidência. O governo quer evitar que o PR tomar o mesmo caminho.

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Com 31 deputados e quatro senadores, o PR tem um minuto de propaganda eleitoral, tempo considerado precioso em momentos de campanha acirrada. Depois da reunião com o senador Antonio Carlos Rodrigues, que foi como emissário do presidente do PR, senador Alfredo Nascimento, que está no Amazonas, o ministro Mercadante se reuniu com a presidente Dilma para levar a ela o problema e a exigência da saída da Borges pelo partido. Enquanto tenta administrar a crise com o PR, o Planalto nega que César Borges esteja deixando o cargo.

Apesar da negativa, para a direção do partido, a situação de Borges é insustentável.Agora à tarde, a presidente Dilma vai ao Congresso para a convenção do PROS.

Paralelamente ao problema do PR, a presidente tem ainda problemas a administrar com o PP e o PSD, que embora tenham sinalizado que vão apoia-la, fazem pressão para obter mais vantagens para o segundo mandato de Dilma. Na quarta ela vai vai à convenção do PSD.

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