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Borges supera Pelegrino e vai ao 2º turno em Salvador

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Por Agencia Estado
Atualização:

A poeira vermelha levantada pela militância petista na chamada reta de chegada da campanha eleitoral não abateu o PFL do senador Antonio Carlos Magalhães, na capital baiana. Foi dura a briga pelo segundo lugar na corrida municipal, em que o candidato de ACM, senador César Borges (PFL), garantiu passagem para o segundo turno depois de uma disputa voto a voto com o deputado petista Nelson Pelegrino. O campeão de votos no município foi o deputado estadual João Henrique Carneiro, do PDT. Mas ACM sabe que só poderá se considerar vitorioso nas urnas da Bahia caso Borges consiga vencer a rodada final contra o pedetista. Principalmente depois de o PFL ter perdido o comando de Camaçari, cidade que abriga o pólo petroquímico e concentra o segundo maior Orçamento da Bahia, e também do município de Lauro de Freitas, onde PT e PSDB repetiram o sucesso da dobradinha. A vitória mais comemorada pelos carlistas ocorreu em Feira de Santana, onde o PFL liquidou neste domingo mesmo a disputa, embora fosse a única cidade do Estado em que poderia haver segundo turno, além de Salvador. João Henrique liderou com folga a corrida na capital desde o início da disputa, em que o eleitorado deu 80% dos votos de Salvador à oposição. Ainda assim, a reta final também tirou a tranqüilidade dos pedetistas e tucanos, unidos em torno dele. Assim como ACM, os aliados do PDT e PSDB também sabiam que a festa do primeiro turno só seria completa caso o PFL passasse para o segundo turno. "O mais confortável para nós é enfrentar o carlismo, porque teremos uma divisão clara entre as forças progressistas e o bloco conservador, que representa um dos últimos estertores da ditadura, que precisam ser derrubados", avaliava João Henrique no início da apuração. Todo o seu grupo torceu pragmaticamente pela vitória do carlismo, porque essa era a única chance de o pedetista conseguir manter a unidade das forças políticas em torno de seu nome, contra o PFL. Fora do páreo, o PT ficaria naturalmente a seu lado. Tanto que, independentemente do resultado, petistas graduados na Bahia e em Brasília já trabalhavam, neste domingo, para convencer o Palácio do Planalto de que o melhor para o partido e para o governo é tomar distância do grupo do senador Antonio Carlos. Combate - O deputado federal Walter Pinheiro (BA) é um dos mais aguerridos defensores da tese de que o melhor para o Planalto é combater o grupo de ACM, em qualquer circunstância. O senador Antonio Carlos insiste em cobrar coerência do governo federal, lembrando que não convém ao presidente Lula apoiar um prefeito do PDT com um vice do PSDB, se ambos os partidos lhe fazem oposição cerrada no Congresso. Mas o grupo de petistas ligados a Pinheiro pondera que a melhor estratégia é enfraquecer ACM e seu grupo, seja qual for o cenário. Dissidência - Por esse raciocínio, vale a pena combater o carlismo mesmo com Borges no segundo turno e ACM se dispondo a uma aproximação com o Planalto, abrindo uma dissidência no PFL. "Ainda que seja para ter ACM como aliado, o melhor é trabalhar para enfraquecê-lo, porque, com ele fraco, o preço da aliança sai mais barato para o Planalto", analisa Pinheiro nos bastidores. Ninguém tem dúvida de que o jogo político do PT da Bahia será o jogo local, contra o carlismo. Mas há quem aposte que o jogo de ACM será nacional, trabalhando por uma aliança congressual com o Planalto. A análise neste caso é de que, estando em litígio com a direção nacional do partido, que ainda vai analisar o processo de sua expulsão da legenda, ele precisará da retaguarda palaciana para se fortalecer na luta partidária.

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