O escritor Fernando Morais, tradicional nome da esquerda e autor da biografia Lula, destinou ao hacker Walter Delgatti Neto parte dos recursos obtidos pelas vendas dos livros na noite de lançamento, em 2021. A ação era uma comemoração pelo “fim da Lava Jato”, já que ele vazou as conversas do ex-juiz Sergio Moro com os procuradores que atuavam na investigação .
A oposição ao governo Lula usou a campanha para associar o hacker ao PT e desacreditar o seu depoimento, nesta quinta-feira, 17, na CPMI do 8 de janeiro.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) mostrou uma publicação do advogado do hacker, Ariovaldo Moreira, que chegou a convocar seus seguidores para comparecer ao lançamento do livro, destacando que parte dos recursos das vendas seria destinado a Delgatti.
“O advogado constantemente interrompeu e cochichou no ouvido do Delgatti durante as falas. Foi o que mais fez isso em todos os depoimentos. Causa estranhamento, pois o hacker estava indo numa linha e depois mudou para criminalizar de maneira irresponsável o presidente Bolsonaro”, comentou o deputado bolsonarista Rodrigo Valadares (União-SE), à Coluna.
Na CPMI, Delgatti acusou o ex-presidente de ter oferecido um indulto para ele invadir as urnas eletrônicas e, dessa forma, fomentar o discurso bolsonarista contra as urnas eletrônicas.
Além disso, o hacker afirmou que Bolsonaro, disse ter um grampo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mas que o hacker precisaria assumir a autoria do crime.
Como mostrou a Coluna, a base do governo Lula vê força para convocar e indiciar Bolsonaro após depoimento do hacker. Enquanto isso, a base bolsonarista ficou “estarrecida” com as falas de Delgatti, mas exige provas.