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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Aliado de Doria ameaça questionar na Justiça decisão de Leite de adiar convenções do PSDB

Prefeito de São Bernardo, Orlando Morando questiona legitimidade da executiva provisória formada por Leite

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Por Gustavo Côrtes
Atualização:

Aliado de João Doria, o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, busca o apoio de líderes do PSDB paulista para ir à Justiça contra a decisão do novo presidente do partido, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, de adiar as convenções. Uma peça jurídica está em processo de elaboração para questionar a legitimidade da executiva nacional nomeada pelo mandatário e que aprovou, na última sexta-feira (3), a decisão de remarcar para o segundo semestre do ano as eleições para os comandos dos diretórios regionais.

O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

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Conforme revelou a Coluna, Leite deseja ganhar tempo para arregimentar figuras capazes de disputar a presidência dos diretórios contra aliados de Doria, seu rival nas prévias presidenciais do PSDB, e repactuar as diretrizes programáticas da legenda, que deu uma guinada à direita durante o governo de Jair Bolsonaro.

A principal queixa dos tucanos paulistas é que a nova executiva precisaria ser avalizada pelos membros do diretório nacional, em vez de ser composta unilateralmente pelo governador. Segundo Morando, em reuniões anteriores à decisão de colocar Leite na presidência da legenda, houve questionamentos sobre a forma como seriam escolhidos os integrantes da executiva provisória.

“Nós levantamos esses questionamentos diversas vezes, mas o processo de discussão foi atropelado”, diz.

Adversário interno de Morando no partido, o prefeito de Santo André, Paulo Serra, desponta como um dos favoritos de Leite para chefiar a legenda em São Paulo. Com a ascensão de Leite, ele se tornou tesoureiro da sigla.

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O governador gaúcho indicou também os outros dois governadores tucanos, Raquel Lyra, de Pernambuco, e Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, para os cargos de vice-presidente. O presidente do PSDB-MG, Paulo Abi-Ackel, foi escolhido secretário-geral. Ele é um aliado do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).

Morando afirma ainda que não há oposição à liderança de Leite sobre o partido. “Ele preside porque foi eleito, isso ninguém questiona. Mas deveria ter ouvido os Estados e o diretório nacional”.

Leite foi eleito pela então executiva nacional do PSDB em novembro para suceder Bruno Araújo na presidência do partido.

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