Em campanha para o presidente de seu partido, o deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP), assumir o comando da Câmara dos Deputados a partir de 2025, o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, preparou o argumento para convencer seus pares políticos. Ele alega que o parlamentar “tem todas as condições de unir a Câmara dos Deputados”.
“O presidente Marcos Pereira é alguém que dialoga com a esquerda, com a direita, com o centro. É alguém que dialoga com o Poder Judiciário. Tem um excelente diálogo com o governo do presidente Lula. É alguém que tem ajudado o governo nas pautas econômicas de interesse do País”, afirma em entrevista ao Broadcast/Coluna do Estadão.
O ministro vai além: “Na minha avaliação, é um nome que pode ajudar na estabilidade econômica do Brasil e no fortalecimento das nossas instituições. E eu torço para que ele possa vir a ser o candidato do presidente Arthur Lira (PP-AL).”
Antes da volta dos trabalhos no Legislativo neste segundo semestre, havia expectativa de que Lira anunciasse seu candidato em agosto, mas o imbróglio em torno do pagamento das emendas, levou o foco dos deputados para outro tema. Não há data para o presidente da Câmara informar quem é seu escolhido.
Deputado federal licenciado, Silvio Costa Filho lembra que hoje há quatro nomes colocados na corrida pelo comando da Câmara e diz que são excelentes quadros. Além de Pereira, pleiteiam a vaga os deputados Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e Antônio Brito (PSD-BA).
Como mostrou a Coluna do Estadão, o ministro Silvio Costa Filho já pediu ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para entrar em campo na disputa pela presidência da Câmara. Na avaliação do ministro, o governador — que também é filiado ao Republicanos — pode ajudar na campanha de Pereira.

Costa Filho também acompanha as articulações em curso no Congresso sobre as distribuições de emendas, após o pagamento ser suspenso por determinação do Supremo Tribunal Federal. Integrando o Executivo, mas com histórico de atuação no Legislativo, ele afirma ver esse tensionamento por ótica positiva, com potencial para novos entendimentos.
“Nesses últimos sete, oito anos, todo ano estamos fazendo esse debate. Vejo, por outro lado, que esse tensionamento do Congresso com o Supremo é uma bela oportunidade de poder estabelecer definitivamente a agenda orçamentária brasileira, o que cabe ao Congresso, o que cabe ao Poder Executivo. A partir desse episódio, a gente tem de fato tem, a partir desse episódio, um regramento que busque a governança, a transparência, que busque cada vez mais a participação também do parlamentar no orçamento público”, conclui.