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Comissão de Ética recua e declara aberto processo contra Geddel

Conselheiro que pediu vista em votação afirma que acatou abertura 'em gesto de boa-vontade', após repercussão do caso ligado ao titular da Secretaria de Governo

Por Carla Araujo e Tania Monteiro
Atualização:
O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Mauro de Azevedo Menezes, durante coletiva Foto: Marcelo Camargo|Agência Brasil

BRASÍLIA - O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Mauro Menezes, disse no início da noite desta segunda-feira, 21, que o conselheiro José Saraiva, que havia pedido vista no processo que investigará o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), mudou de ideia e que o processo contra Geddel foi aberto “por unanimidade”. Segundo Menezes, o conselheiro afirmou que não queria atrapalhar o processo e, “em um gesto de boa-vontade”, acatou a abertura. Com o pedido de vista suspenso, o último conselheiro votou pela abertura do processo.

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Menezes disse que recebeu uma ligação de Geddel durante a reunião do colegiado e confirmou que ele pediu celeridade no caso. “O ministro Geddel mostrou boa-vontade para responder com máxima rapidez à comissão”, disse.

Segundo o presidente do colegiado, Geddel já foi informado da decisão e deve ser notificado “agora mesmo”. “O ministro terá 10 dias para se manifestar perante a comissão”, disse Menezes, afirmando que no telefone garantiu a Geddel que ele terá todas as condições para ser ouvido e negou pressão por parte do ministro.

Saraiva foi indicado pelo próprio Geddel para o cargo e tomou posse em setembro deste ano, já na gestão de Michel Temer, mas sua nomeação foi assinada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que estava no exercício da Presidência, após pedido do ministro Geddel, que é seu amigo.

Questionado se poderia haver algum tipo de suspeição na conduta de Saraiva, Menezes afirmou que tem “confiança que conselheiros agem com absoluta autonomia”. “Relator do caso será designado até amanhã”, afirmou.

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