PUBLICIDADE

De Sanctis nega ter autorizado grampo no STF

Por Ana Paula Scinocca
Atualização:

O juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto Martin De Sanctis, negou hoje ter feito ou autorizado grampo telefônico e escuta no gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. "Eu, em nenhuma hipótese, cogitei ou admitirei monitorar qualquer pessoa com prerrogativa de foro, leia-se desembargador de tribunal e ministro do STF. Eu nunca fiz isso e nunca farei. Essa é a verdade, acreditem ou não", afirmou ele, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos, na Câmara. Segundo o magistrado, "qualquer estudante do segundo ano da faculdade de Direito sabe os limites de um juiz". Em depoimento à CPI, Sanctis negou que o Judiciário tenha "por hábito" autorizar escutas telefônicas. "O Judiciário não endossa decisões da polícia, muito menos do Ministério Público (MP). O Judiciário está lá para, se for o caso, concordar (com a escuta), mas se for o caso de discordar, discordar", afirmou. Segundo ele, dos 842 inquéritos em andamento na 6ª Vara Criminal Federal, apenas 21 estão contemplados com interceptação telefônica. O juiz também afirmou ser contrário à mudança na Lei dos Grampos no que se refere à limitação de prazo para a realização das interceptações telefônicas. "Longe de mim ser contra aprimoramento da legislação. Mas limite temporal para monitoramento pode sim significar limitação de investigações que existem e exigem certo tempo", disse. Para o magistrado, é "difícil" o estabelecimento de uma norma que se encaixe em todos os casos. Ele afirmou que o combate ao crime organizado exige paciência. De Sanctis negou ainda que exista perseguição a pessoas que são interceptadas por tempo considerado longo. "Não há perseguição. Perseguição é bandido quem faz. Não é trabalho de policial."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.