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Deputadas do PT e de outros partidos de esquerda fazem carta a Lula pedindo mulher negra no STF

Grupo de 25 parlamentares exaltou campanha por indicação feminina, em meio a favoritismo de homens brancos no governo

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Por Redação
Atualização:

Um grupo de 25 deputadas federais da base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo 15 petistas, enviou, na sexta-feira, 29, uma carta ao chefe do Executivo pedindo que ele indique uma mulher negra ao Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente precisa indicar um nome para a Corte após a aposentadoria de Rosa Weber, na última quinta-feira, 28. Contudo, entre os mais cotados de acordo com auxiliares do presidente estão três homens: Flávio Dino, atual ministro da Justiça; Jorge Messias, ministro-chefe da Advocacia-Geral da União; e Bruno Dantas, presidente do TCU.

Na carta a Lula, que está internado após passar por uma cirurgia no quadril, as parlamentares afirmam que expressam apoio a uma mulher negra na Corte. “O Brasil passa por um processo de retomada da democracia e, para tal, é necessário fazer composições que permitam a governabilidade. Porém, sem representatividade e sem diversidade nos espaços de poder, essa retomada fica comprometida”, diz o grupo.

Bruno Dantas, Flávio Dino e Jorge Messias são hoje os favoritos na disputa por uma vaga ao Supremo Tribunal Federal, mas deputadas federais da base insistem pela escolha de uma mulher negra Foto: Wilton Junior/Estadão

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As deputadas lembram dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2019 que apontam que o Judiciário é dominado por homens. As mulheres representam 38,8% dos integrantes e, se consideradas apenas as funções de desembargadora, corregedora, vice-presidente e presidente, esse índice fica na faixa entre 25% e 30%.

“Na história da Corte, em 132 anos, nunca houve a indicação de uma mulher negra para o cargo de ministra. Desde a redemocratização do País, entre os 30 ministros que já ocuparam uma cadeira na Corte, apenas três eram mulheres, todas brancas, e houve apenas um homem negro”, reclamam as deputadas federais.

As parlamentares ainda lembram de intervenções de coletivos e grupos da sociedade civil em pontos turísticos do Brasil e do exterior e do fato de que esses movimentos reuniram 40 mil assinaturas para pedir uma mulher negra na Corte.

“Como parlamentares do campo progressista, estamos comprometidas com o enfrentamento das desigualdades estruturantes em nossa sociedade. Neste sentido, consideramos a indicação de uma mulher negra um passo significativo em direção a um Judiciário mais inclusivo e representativo, capaz de lidar com os desafios contemporâneos e proteger direitos fundamentais em todas as pessoas”, completou.

Assinam a carta as seguintes deputadas:

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  1. Benedita da Silva – Deputada Federal – PT/RJ
  2. Ana Paula Lima – Deputada Federal – PT/SC
  3. Ana Pimentel – Deputada Federal – PT/MG
  4. Camila Jara – Deputada Federal – PT/MS
  5. Carol Dartora – Deputada Federal – PT/PR
  6. Célia Xakriabá – Deputada Federal – PSOL/MG
  7. Dandara Tonantzin – Deputada Federal – PT/MG
  8. Daiana Santos – Deputada Federal – PCdoB/RS
  9. Delegada Adriana Accorsi – Deputada Federal – PT/GO
  10. Denise Pessoa – Deputada Federal – PT/RS
  11. Dilvanda Faro – Deputada Federal – PT/PA
  12. Duda Salabert – Deputada Federal – PDT/MG
  13. Erika Hilton – Deputada Federal – PSOL/SP
  14. Erika Kokay – Deputada Federal – PT/DF
  15. Ivoneide Caetano – Deputada Federal – PT/BA
  16. Jack Rocha – Deputada Federal – PT/ES
  17. Juliana Cardoso – Deputada Federal – PT/SP
  18. Lídice da Mata – Deputada Federal – PSB/BA
  19. Luiza Erundina – Deputada Federal – PSOL/SP
  20. Maria Arraes – Deputada Federal – SD/PE
  21. Natália Bonavides – Deputada Federal – PT/RN
  22. Profª Luciene Cavalcante – Deputada Federal – PSOL/SP
  23. Reginete Bispo – Deputada Federal – PT/RS
  24. Sâmia Bomfim – Deputada Federal – PSOL/SP
  25. Talíria Petrone – Deputada Federal – PSOL/RJ
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