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Deputados bolsonaristas tiram microfone da Globo de púlpito e são repreendidos por colega

Gustavo Gayer retirou o microfone do púlpito, e Delegado Caveira colocou o objeto no chão durante entrevista sobre os cinco anos do inquérito das fake news; Globo diz que parlamentares cometeram um ‘cerceamento à liberdade de imprensa’

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Foto do author Gabriel de Sousa
Por Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA – Os deputados federais Delegado Caveira (PL-PA) e Gustavo Gayer (PL-GO) foram repreendidos pelo líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), após retirarem um microfone da TV Globo do púlpito de uma entrevista à imprensa na Câmara nesta terça-feira, 19. A emissora repudiou a ação, na qual classificou como um “cerceamento à liberdade de imprensa”.

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Os parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocaram a entrevista para relembrar os cinco anos do inquérito das fake news. Gayer disse que as ações do Supremo Tribunal Federal (STF) são um “avanço ditatorial do Brasil” e retirou o microfone da Globo do púlpito, chamando a emissora de “imprensa lixo e que passa pano” para as investigações da Corte.

“Nós temos imprensa ou pessoas que se dizem da imprensa, mas elas batem palmas para isso. A imprensa bate palma para o avanço ditatorial do Brasil. Uma imprensa lixo, como essa daqui”, disse o deputado goiano mostrando o microfone da emissora.

Em seguida, Caveira pegou o microfone da emissora e colocou o objeto no chão. Marinho repreendeu a atitude, dizendo “faça isso não” seguidas vezes. Após a bronca, o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) colocou o microfone de volta ao púlpito.

O inquérito das fake news foi instaurado em março de 2019 pelo ministro do STF Dias Toffoli, então presidente da Corte, para investigar notícias fraudulentas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações que atingem a honorabilidade e a segurança da Suprema Corte, dos ministros e de seus familiares.

Procurada pelo Estadão, a Globo repudiou a ação dos parlamentares e disse que o episódio foi um “cerceamento à liberdade de imprensa”. A emissora afirmou também que “se solidariza com os profissionais que participavam da cobertura da coletiva e reforça que seguirá cumprindo o seu papel com profissionalismo e isenção”.

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