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PT mineiro quer ajuda de Dilma para impulsionar campanha de Patrus

Petistas acreditam que ato da presidente na capital mineira seria decisivo para alterar quadro das pesquisas

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Por Redação
Atualização:

Na reta final da campanha, a coordenação da candidatura do ex-ministro Patrus Ananias (PT) ainda tenta articular uma visita da presidente Dilma Rousseff a Belo Horizonte. Para os petistas, a participação da presidente em ato na capital seria uma cartada decisiva para alterar o panorama mostrado pelas pesquisas eleitorais, que indicam possibilidade de vitória em primeiro turno do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Enquanto isso, o socialista se apoia em seu principal cabo eleitoral, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), com quem desfilou por várias regiões da cidade no fim de semana e nesta segunda, para tentar manter a liderança no pleito.Um dos coordenadores da campanha petista admitiu que "a esperança é pouca" de trazer Dilma à capital, mas ela "ainda existe", principalmente após a participação da presidente em ato do correligionário Fernando Haddad, candidato à Prefeitura de São Paulo, nesta segunda-feira, 1. "Seria o mais correto, já que ela (Dilma) ajudou a articular a candidatura", acrescentou. O próprio Patrus, porém, parece resignado apenas com as declarações da presidente exibidas no material veiculado na propaganda eleitoral gratuita. "A presidente Dilma já manifestou reiteradas vezes seu total apoio a nossa candidatura. Já gravou duas ou três vezes. Temos nos falado e a solidariedade dela é total. Mas ela tem uma agenda presidencial, tem compromissos com o País inteiro", disse.A resignação é reforçada pelo prazo exíguo, pois, após o ato em São Paulo, a presidente representa o Brasil na 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul-Países Árabes (Aspa), em Lima, no Peru. E, como há debates entre candidatos marcados em emissoras de TV nesta terça, 2, e quinta-feira, 4 - último dia para a realização de comícios -, sobraria apenas a quarta-feira, 3, para um ato com a presidente.Se os petistas contam com a presença de Dilma para forçar uma virada, Aécio considera que a eventual participação da presidente em ato de Patrus não representa ameaça à candidatura de Lacerda. Segundo o senador, que é apontado como provável candidato do PSDB às eleições presidenciais de 2014 mas afirma repudiar a "nacionalização da campanha" na capital, qualquer "tentativa de interferência" externa na eleição de Belo Horizonte "não surtiria efeito". "Na eleição municipal, a população conhece muito melhor do que qualquer estrangeiro que vem aqui às vésperas da eleição dizer vote nesta ou naquela direção", afirmou o senador, que deve voltar à cidade no fim da semana para reforçar a campanha socialista.Desconstrução. Além do apoio de cabos eleitorais como Dilma e o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Exterior) - que se encontrou com Patrus em carreata no fim de semana -, a campanha petista ainda aposta na "desconstrução" da imagem de Lacerda para reverter o atual cenário. Patrus negou que vá partir para ataques, mas ressaltou que manterá uma "campanha pedagógica" e continuará "falando a verdade" sobre o adversário. "Vamos mostrar o que ele deixou de fazer e promete agora que fará", declarou.Outra arma que a campanha petista avalia usar é um vídeo com uma entrevista do candidato a vice de Lacerda, o deputado estadual Délio Malheiros (PV), concedida cinco dias antes de o parlamentar aderir à campanha socialista. Ele afirma que estará "com quem estiver contra o Marcio" e acusa o prefeito de tentar "abafar candidaturas". Malheiros ainda acusou o então adversário de usar a máquina e revelou que teve informações "em Brasília" de que a prefeitura iria fazer perfurações na capital "dizendo que é o início da obra do metrô". Os trabalhos anunciados pelo deputado realmente foram começados no início de setembro. "O PT estava na prefeitura e ele (Malheiros) era um adversário do PT", avaliou Lacerda. "Não lembro o que tem nesse vídeo. Tenho que ver se foi editado ou não", emendou o deputado. Em conversa gravada com o jornal O Estado de S. Paulo, um assessor do parlamentar, questionado sobre a falha de memória do candidato a vice, foi categórico. "Queira que ele falasse o quê?", indagou. A coordenação da campanha petista, porém, não confirmou se pretende divulgar a entrevista na propaganda eleitoral gratuita.

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