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Em Bangu, Eike Batista divide cela com outros seis presos

Espaço tem 15 metros quadrados, quatro beliches e não tem vaso sanitário; empresário foi preso por suspeita de integrar esquema de propinas liderado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral

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Por Clarissa Thomé
Atualização:

RIO - O empresário Eike Batista ocupa uma cela de 15 metros quadrados, equipada com quatro beliches, na Cadeia Pública Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, no Complexo Penitenciário de Gericinó. A unidade é destinada para milicianos e ex-policiais militares. Eike divide o espaço com outros seis presos da Lava Jato que, assim como ele, não têm curso superior.

Eike Batista foi levado pela Polícia Federal após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim. Ele vinha de Nova York. Foto: Fabio Motta/Estadão

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O empresário foi transferido para Bangu por questões de segurança após passar pouco menos de duas horas no presídio Ary Franco, carceragem da Polícia Federal do Rio conhecida como "masmorra". O pedido para a transferência partiu do secretário de Administração Penitenciária (Seap), coronel Erir Ribeiro Costa Filho. “Tal medida se faz necessária uma vez que o Presídio Ary Franco também custodia presos ligados a facções criminosas”, justificou o secretário em ofício ao juiz Marcelo Bretas. Eike foi preso nessa segunda-feira, 30, ao desembarcar de voo vindo de Nova York. Ele é suspeito de pagar propinas ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB-RJ), que também está detido desde novembro de 2016.

A cela não tem vaso sanitário - os presos fazem necessidades em um buraco no chão, conhecido como boi. No lado oposto, há um cano por onde sai água fria. A unidade sofre ainda com problemas de abastecimento de água e entupimento no sistema de esgoto, segundo funcionários da unidade. Os registros são abertos três vezes ao dia, de acordo com os servidores. A Secretaria de Administração Penitenciária negou os problemas.

Empresário foi transferido do Presídio Ary Franco para a Cadeia Pública Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9 Foto: Inforgráficos|Estadão

Cada preso tem direito a levar uma televisão de 14 polegadas e um ventilador. Eles recebem quatro refeições ao dia - café da manhã e lanche, composto de pão com manteiga e café com leite; almoço e jantar, em que são servidos uma proteína, arroz ou macarrão, feijão, e legumes, além de refresco e sobremesa (fruta ou gelatina).

A família de Eike terá de fazer a carteira de visitante, que permite o acesso ao Complexo Penitenciário. O documento fica pronto entre 15 dias e um mês. Antes desse prazo, é possível pedir à secretaria autorização especial para visita.

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