Abro o Financial Times, o principal jornal de economia do mundo, para buscar reportagens sobre a economia brasileira e lá está a vergonha nacional:
Brazil’s Jewellery scandal adds to Jair Bolsonaro’s legal woes
É a manchete do FT.
O escândalo das joias no Brasil aumenta os problemas jurídicos de Jair Bolsonaro.
A reportagem começa bem-humorada, com um deboche que só Michele Bolsonaro conseguiria copiar. Fala que “as joias da Arábia” lembram as novelas de TV, tão amadas pelo público brasileiro. E em seguida, mostra a realidade: Bolsonaro e seu entourage são acusados de conspirar para vender presentes caros, incluindo um relógio encrustado de diamantes.
O Financial Times conta o escândalo desde o princípio, reforçando que o caso veio à tona com uma reportagem do Estadão sobre aquele conjunto de joias de diamantes, que autoridades do governo Bolsonaro tentaram trazer, sem declarar à Receita Federal.
O entourage entrou em comboio hoje na sede da Polícia Federal, em Brasília. O ex-presidente Jair Bolsonaro, Michele Bolsonaro, os advogados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef, esse último que disse ter recomprado rolex com dinheiro vivo, Marcelo Câmara, assessor de Bolsonaro. Bolsonaro e Michelle ficaram em silêncio. A estratégia da defesa foi a de não dar brechas para as contradições.
No mesmo intensivão, Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e o pai dele, Lourena Cid.
O FT se concentrou em destacar que o caso das joias pode ter impacto no projeto de dar uma carreira política para Michelle Bolsonaro, citada nas investigações.
A novela tem outros dramas e desdobramentos que talvez não interessem tanto aos ingleses, quanto a escandalosa acusação de muambagem com joias árabes. A Polícia Federal está analisando transações bancárias do faz tudo de Bolsonaro, Mauro Cid.
Outra investigação ruidosa é para saber se Bolsonaro de fato tentou armar um golpe nas últimas eleições.
A seguir, cenas dos próximos capítulos. Afinal, Mauro Cid decidiu falar.
Vai contar o que sabe?
Stay tuned.