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Amoêdo defende reforma tributária de Lula e critica Bolsonaro: ‘Vai abrir mão de privilégio?’

Ex-filiado do Novo, empresário usou postagem de Jair Bolsonaro para criticar o próprio ex-presidente

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Por Natália Santos
Atualização:

Fundador do Novo e ex-filiado da sigla, João Amoêdo saiu em defesa da reforma tributária encampada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira, 17. O empresário usou uma postagem do ex-presidente Jair Bolsonaro para criticá-lo pelo acúmulo de benefícios que recebe da União. Amoedo também aproveitou para afirmar que a mudança não irá acarretar em aumento de impostos e que a alíquota do IVA irá manter a elevada carga tributária atual, segundo ele.

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Amoêdo listou a aposentadoria do Exército e de deputado federal, salário pago por meio de recursos públicos do Partido Liberal e serviços de assessoria e motorista, benefício garantido para ex-presidente segundo a Lei nº 7.474/1986. “Bolsonaro estaria disposto a abrir mão de algum privilégio ou seguirá deixando esta conta para o cidadão?”, disse.

Em novembro de 2022, João Amoêdo anunciou a sua desfiliação do Novo após declarar voto em Lula no segundo turno da eleição presidencial. Ele estava suspenso desde outubro pela agremiação do partido que ajudou a fundar por causa desse episódio. “Seria incoerente permanecer em um partido com o qual tenho diferenças de visão, de propósito e de conduta”, afirmou na época.

O empresário foi muito criticado por diversos correligionários após declarar voto no petista, em oposição à candidatura de Bolsonaro. Quadros importantes da legenda, como o ex-presidenciável Felipe d’Avila, pediram abertamente a expulsão de Amoêdo. Como mostrou o Estadão, a relação entre Amoêdo e o Novo vinha se deteriorando havia algum tempo. Nos corredores do partido, a interpretação é de que o apoio ao PT foi apenas a “gota d’água”, dado que o “casamento” ia mal havia meses.

Reforma tributária

A reforma tributária foi aprovada em dois turnos pela Câmara na madrugada do último dia 7 de julho. A proposta, discutida há mais de três décadas, unifica os tributos atuais em dois impostos e acaba com a tributação em cascata. Segundo o texto aprovado, os impostos federais IPI, PIS e Cofins, o estadual ICMS e o municipal ISS deixam de existir. No lugar deles, entram dois IVAs: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) substitui os tributos federais, enquanto o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) unifica e substitui ICMS (estadual) e ISS (municipal). Além disso, será criado um Imposto Seletivo, que incidirá sobre itens nocivos à saúde e ao meio ambiente.

A votação no plenário da Câmara dos Deputados contou com quase 12 horas de discussões até a aprovação com placar expressivo. O quórum contou com 503 deputados, sendo que 382 votam a favor, 118 se opuseram e 3 optaram por se abster.

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