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Lula critica 'mãos de vaca' e fala em liberar verba a prefeitos para obras a 6 meses das eleições

Segundo presidente, funcionários responsáveis pela liberação de recursos estão com ‘medo’ de autorizar o envio de dinheiro para não ser acusado de irregularidades

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Foto do author Sofia  Aguiar
Por Sofia Aguiar (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 5, no Recife, onde cumpriu agenda nesta manhã, que, muitas vezes, no governo federal, as áreas responsáveis pela liberação de dinheiro são “mão de vaca” e não querem liberar recursos. A seis meses das eleições municipais, Lula falou em liberar verbas para que os prefeitos tocarem obras e criticou o “medo” dos servidores públicos. No entanto, há vedações para essas transferências: os Estados e municípios não podem receber repasses voluntários da União para execução de obras ou serviços três meses antes do pleito, considerando o que diz a legislação eleitoral.

”Muitas vezes no governo, sobretudo na parte do governo que trabalha com finança, e isso vale para política, para clube de futebol, para sindicato, para associação de moradores, quem está cuidando do dinheiro fica muito mão de vaca, quem está cuidando do dinheiro não quer liberar dinheiro para nada, tudo é muito complicado, tudo demora”, disse no evento de assinatura de ordens de serviço para construção de encostas no Recife.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o 'medo' de funcionários em liberar recursos para prefeituras às vésperas das eleições municipais Foto: WILTON JUNIOR

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As ordens de serviço para construção de encostas contarão com um investimento de R$ 40 milhões a partir de convênio entre a gestão municipal e o Ministério das Cidades. Ao lado de Lula, participou o prefeito da capital, João Campos (PSB), com quem o chefe do Executivo estuda um apoio à reeleição a Recife nas eleições municipais.

”É muito importante que os prefeitos tenham recursos para fazer as obras que são consideradas necessárias”, acrescentou. Na fala, Lula defendeu que sejam feitos investimentos em obras que antecipem tragédias, como enchentes. “Uma obra dessa que custa R$ 40 milhões tem valor, quem sabe, mais importante de uma obra que custa R$ 15 bilhões, R$ 20 bilhões”.

Segundo Lula, no governo, há o “agravante” de que “funcionários” responsáveis pela liberação dos recursos “começaram a ficar com medo de liberar dinheiro”. “Porque, como todo mundo acusa todo mundo, quando um funcionário libera um dinheiro e é acusado, ele tem que abrir um processo e é ele quem tem que pagar os custos do advogado”, disse. ”Então, muitas vezes ele [funcionário] fala: ‘Ah, esse ministro chegou aqui com pressa, pensa que manda, mas ele só tem 4 anos, eu tenho 20′”, citou Lula. Segundo o chefe do Executivo, a função do governo federal é fazer com que o dinheiro “chegue na ponta”.

Após agenda no Recife, Lula segue para Juazeiro do Norte, no Ceará. Às 11h, de acordo com a agenda presidencial, ele participa da cerimônia de assinatura de ordem de serviço para implantação do Ramal do Salgado, parte da transposição do rio São Francisco, e visita as obras da Ferrovia Transnordestina, em Iguatu (CE). Às 12h50, de acordo com a agenda, o presidente da República retorna para Brasília.

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