Com o avanço das redes sociais no debate político, mais da metade dos eleitores de todo o País deve ignorar o programa eleitoral gratuito que começou a ser exibido nesta sexta-feira (09/10) na televisão. De acordo com uma pesquisa exclusiva da Quaest Consultoria, 62% dos entrevistados declararam que não pretendem assistir aos programas dos candidatos de suas cidades. Porém, os mais jovens e os eleitores de renda baixa são os mais interessados.
Dentre os mil respondentes, apenas 24% disseram querer assistir a alguns programas, somente 9% devem ver todas as exibições, 3% querem ver as primeiras inserções e outros 3% querem assistir às últimas.
Os entrevistados com 16 a 24 anos (12%) são os mais dispostos a assistir a todos os programas eleitorais, seguidos pelos adultos de 25 a 34 anos (9%). Dentre as demais faixas etárias, o percentual é baixo. Porém, entre os que admitem assistir a alguns programas, há um interesse mais aproximado entre as faixas etárias, sendo as pessoas de 35 a 44 anos, os mais interessados (29%) e os menos, com 19%, os de 25 a 34 anos. Ainda assim, a rejeição aos programas varia de 57% a 65% dos entrevistados em todas as faixas etárias.
O mesmo acontece no recorte por renda em que a rejeição varia entre 54%, dentre os que recebem até dois salários mínimos, e 79% dentre os que não informaram rendimentos. Porém, neste mesmo grupo de renda de até dois salários mínimos, estão as pessoas mais propensas a assistir a todos os programas eleitorais (12%). Quando a possibilidade é de acompanhar a alguns deles, pessoas que ganham cinco salários mínimos passam a ser as mais interessadas (28%), empatadas tecnicamente com as pessoas de até dois salários mínimos.
As mulheres são as mais resistentes aos programas de televisão, sendo que 65% não querem assisti-los, enquanto este índice é de 58% entre os homens. Já entre os que admitem acompanhar a todos ou pelo menos a alguns dos programas eleitorais, são 29% de mulheres e 37% de homens.
Os eleitores da região Norte são os que devem dar maior audiência ao horário eleitoral gratuito. São 52% os que querem assistir a todos eles ou pelo menos a alguns. Em seguida, aparece Centro-Oeste (35%) e Sudeste (33%). O Sul e o Nordeste somam, cada um, 28% de interessados na propaganda eleitoral.
O interesse pelos programas dos candidatos na televisão é semelhante quando o recorte é feito por posicionamento político e é maior dentre os que votaram em Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições de 2018 (40%). Já dentre os eleitores de Jair Bolsonaro naquele pleito, 31% querem ver os programas eleitorais ou parte deles.
A pesquisa foi realizada entre os dias 21 e 24 de setembro e foi feita por recrutamento digital via convites aleatórios em painel de eleitores de todo o País, com acesso à internet, e idade igual ou acima de 16 anos. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais em um intervalo de confiança de 95%.