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No telão da transição, equipe de Lula aplaude gols de Richarlison e saída de Neymar

Gleisi elogia o autor dos dois gols e diz que Neymar “foi tarde”; Alckmin faz bolão, mas erra o placar

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Foto do author Felipe Frazão
Foto do author Weslley Galzo
Foto do author Lauriberto Pompeu
Por Felipe Frazão , Weslley Galzo e Lauriberto Pompeu
Atualização:

BRASÍLIA – Se “Pombo” virou o homem mais celebrado do Brasil nesta quinta-feira, 24, o atacante foi ainda mais festejado pela equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Petistas não apenas exaltaram os dois gols de Richarlison durante a partida contra a Sérvia, na estreia do Brasil na Copa do Mundo, como seus posicionamentos políticos. Já o principal craque do time, Neymar, saiu de campo lesionado e aplaudido pelo gabinete da transição. Não pelo jogo que fez, mas por sua substituição.

“Foi tarde”, disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ao ser questionada sobre Neymar, que é apoiador declarado do presidente Jair Bolsonaro, para quem fez campanha. “Muito bom estrear na Copa ganhando o primeiro jogo e um dos gols foi muito bonito, vai ficar para a história. Muito bom que seja do Richarlison, que, além de ser bom jogador, é uma pessoa que tem posicionamentos firmes, combate o racismo, e sempre diz que vai colocar a sua visibilidade a favor de causas justas.”

O atacante Richarlison fez os dois gols na partida do Brasil contra a Sérvia. Foto: EFE/EPA/Tolga Bozoglu – 24/11/22  

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Richarlison não apenas defendeu a vacina contra a Covid como fez campanha pela imunização e doou 10 cilindros de oxigênio para Manaus, no auge da pandemia, em 2021.

Ao ser questionada se a vitória do Brasil na Copa ajudaria a pacificar o Brasil, Gleisi respondeu com o exemplo da Tchecoslováquia. “Eu li numa matéria que contra a Tchecoslováquia, na década de 70, (a seleção) uniu os presos políticos com quem estava na prisão. Claro que torcer pela Seleção e pelo País sempre dá um clima de unidade. A gente sempre torceu pelo nosso País”, afirmou ela.

Camisas amarelas

A maioria dos integrantes da equipe de Lula não usava máscaras e vestia camisas amarelas. Eram similares à da Seleção, mas não iguais às da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e tinham referências ao presidente eleito e ao PT. A exemplo da bandeira nacional, o uniforme foi adotado por políticos de direita e pelo presidente Jair Bolsonaro, em oposição ao vermelho do PT e de símbolos da esquerda.

Alckmin e Gleisi assistem à estreia do Brasil na Copa do Mundo com olhos no telão e sacos de pipoca nas mãos. Foto: Wilton Junior/Estadão – 24/11/22 Foto: Wilton Junior

Sem a presença de Lula, a equipe assistiu ao jogo no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). As atenções estavam voltadas para o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, que participou de um bolão anotado em um caderno espiral. Os senadores Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) – que usava uma camisa verde e amarela do Flamengo – acertaram o placar. Alckmin e Gleisi apostavam em ao menos um gol da Sérvia, que não saiu.

Os dois chegaram ao teatro atrasados, quando o relógio marcava 7 minutos de bola rolando. O telão instalado transmitiu a partida ao vivo para integrantes da coordenação, do núcleo político, servidores técnicos e imprensa.

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Para aplacar o nervosismo da estreia, logo no início do jogo havia refrigerante e água mineral, mas depois de muita espera chegaram as pipocas doce e salgada. Tudo distribuído gratuitamente pelo CCBB.

Ao fim do jogo, o samba-enredo “Peguei um Ita no Norte (Explode Coração)”, do Salgueiro, substituiu a narração no auditório. “No balanço das ondas”, como diz o refrão, Alckmin foi embora parando para selfies e tietado por petistas, como a vereadora e deputada federal eleita em São Paulo Juliana Cardoso. Do lado de fora, um arco-íris mostrava que a chuva ainda persistia em Brasília. O vice eleito saiu segurando um guarda-chuva para ele e para o ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo Marcio Elias Rosa.

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