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Pacheco cancela almoço com ministros de Lula em meio à crise com governo petista

Reunião articulada por líderes busca melhorar relação do presidente do Senado com o Executivo

Foto do author Levy Teles
Foto do author Vera Rosa
Por Levy Teles e Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) cancelou um almoço que teria nesta terça-feira, 30, com ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar dos vetos presidenciais e para discutir a relação entre os Poderes. Havia a expectativa de que Pacheco se reunisse a sós com Lula, nesta terça, uma vez que o presidente disse que quer conversar com o senador. O encontro, porém, ainda não tem data marcada.

O cancelamento do almoço com Pacheco foi recebido com estranheza no Palácio do Planalto e também entre articuladores políticos do governo no Congresso. “Ele mandou um WhatsApp para mim (dizendo que não haveria o encontro), afirmou o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). “Não sei o que houve.”

O líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA) e o presidente do Senado Rodrigo Pacheco, em conversa no plenário da Casa Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

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Estavam convidados para o encontro, na residência oficial do Senado, os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil), principais responsáveis pela articulação política do Planalto com o Legislativo, além de Wagner e do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Rui Costa tentou amenizar a crise política. “Eu não sabia nem do almoço e muito menos do cancelamento”, desconversou o chefe da Casa Civil.

A reunião havia sido combinada para estreitar o diálogo entre Pacheco e o Executivo, abalado sobretudo após o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atender a um apelo do governo e suspender trechos da lei que prorrogou a desoneração da folha dos municípios e de setores produtivos até 2027.

Pacheco disse, na semana passada, que o governo errou ao “judicializar a política”, recorreu da decisão do STF e cancelou um compromisso em Belo Horizonte na última sexta-feira, 26, onde se encontraria com Lula.

Houve mais uma troca de farpas no fim de semana. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reprovou a extensão da política de desoneração da folha de pagamentos, que havia recebido sinal verde do Congresso, e também demonstrou insatisfação com a decisão dos parlamentares de prorrogar a vigência do Perse. Se dependesse de Haddad, o programa – que dá incentivos fiscais ao setor de eventos – seria extinto.

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Em nota divulgada neste sábado, 27, Pacheco afirmou que a “admoestação” de Haddad é injusta com o Congresso. “Uma coisa é ter responsabilidade fiscal, outra bem diferente é exigir do Parlamento adesão integral ao que pensa o Executivo sobre o desenvolvimento do Brasil”, argumentou o presidente do Senado.

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