O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou nesta terça-feira, 28, que o partido vai ingressar com quatro representações no Conselho de Ética contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O pedido para que a sigla apresentasse quatro representações diferentes, e não apenas uma, foi feito nesta manhã, pelo líder tucano, Arthur Virgílio (AM). As representações podem levar à cassação do mandato do peemedebista.
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Segundo Virgílio, o ingresso de quatro representações evitaria, entre outros argumentos, que o presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), aliado político de Sarney, arquivasse as denúncias contra o presidente do Senado "em uma só canetada".
Sérgio Guerra também confirmou que a entrega das representações no Conselho de Ética será feita nesta tarde. O líder do partido já havia apresentado quatro denúncias contra Sarney ao colegiado. A primeira pede a investigação de José Sarney por suposta responsabilidade indireta no escândalo dos atos secretos do Senado. Segundo Virgílio, Sarney foi o responsável pela indicação de Agaciel Maia, investigado por uma série de irregularidades administrativas enquanto ocupou a Diretoria-Geral da instituição durante 14 anos.
Outra denúncia, que será assumida agora pelo PSDB, acusa o presidente do Senado de envolvimento direto no desvio de recursos de patrocínio da Petrobras, liberados para a Fundação José Sarney. Uma terceira representação questionará o uso de servidores do Senado na segurança da residência de Sarney no Maranhão.
O último pedido de investigação ao Conselho de Ética, encaminhado por Virgílio, responsabiliza Sarney diretamente na elaboração e assinatura de atos secretos. O parlamentar toma como base a divulgação das gravações telefônicas - feitas com autorização judicial pela Polícia Federal - em que aparece Sarney numa conversa com o filho, o empresário Fernando Sarney, tratando de um emprego para o namorado de uma das netas do presidente.
Caso a representação seja aceita pelo presidente do conselho e instaurado o processo de cassação, o julgamento no colegiado se dá em votação aberta. Para ser levado ao plenário da Casa, é preciso que a maioria dos conselheiros aprove o pedido de cassação. A decisão final sobre a perda do mandato parlamentar é tomada por todos os senadores em votação secreta.