PUBLICIDADE

Risco de prisão e bolsonaristas órfãos; o que dizem colunistas do Estadão sobre novos depoimentos

STF divulga conteúdo de interrogatórios de ex-comandantes das Forças Armadas e dois deles indicam responsabilidade de Jair Bolsonaro em tentativa de golpe de Estado

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

BRASÍLIA - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo de depoimentos de militares ouvidos pela Polícia Federal. As revelações de dois deles colocam o ex-presidente Jair Bolsonaro em situação mais do que delicada nas investigações sobre tentativa de golpe de Estado. Os ex-comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista Junior, confirmaram que o ex-presidente convocou reuniões para apresentar texto com proposta de decretação de estado de sítio e buscou alternativas para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ministro Augusto Heleno são alvo de investigação no STF Foto: DIDA SAMPAIO / ESTADAO

Veja o que dizem os colunistas do Estadão sobre os desdobramentos possíveis dessas revelações:


Fabiano Lana: Se Bolsonaro for preso, o que fazer com os bolsonaristas?

PUBLICIDADE

Fabiano Lana aponta que as novas informações sobre envolvimento direto de Bolsonaro podem levá-lo à cadeia. Para o colunista, uma punição ao ex-presidente será aplaudida por parte da população, mas outra verá o movimento da justiça como uma grande farsa e ficará órfã de seu líder.


Marcelo Godoy: Depois do ‘tiro de misericórdia’ de general, Bolsonaro recebe a ‘pá de cal’ de brigadeiro

Se o depoimento do general Freire Gomes era visto como o tiro de misericórdia em Jair Bolsonaro, o do ex-comandante da FAB, o brigadeiro Baptista Junior, é a pá de cal. A análise dos dois mostra o cenário, o caminho das investigações da Polícia Federal sobre o golpe. Elas mostram cada vez mais que a ação nas redes sociais e as ações de militares das Forças Especiais estavam umbilicalmente ligadas. Elas tinham o aspecto de uma operação psicológica (Op Psico), como objetivo preparar o terreno para a aceitação do golpe, o cancelamento das eleições, e a adesão da maior parte das Forças Armadas ao projeto de manter Jair Bolsonaro no poder após o dia 1.º de janeiro.

Trecho de decreto declarando Estado de Sitio que Bolsonaro cogitou assinar Foto: Reprodução / Estadão

Ricardo Correa: Depoimentos indicam obsessão de Bolsonaro com golpe e tentativas reiteradas de cooptar militares

Ricardo Correa aponta que os depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica são recheados de provas que poderão ser usadas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre elas: a indicação de que não teria se tratado de mera cogitação, mas de efetiva tentativa de subverter a ordem democrática; a pouca ausência de contradições nas falas; e uma razoável indicação dos núcleos que buscavam a ruptura a qualquer custo e os que resistiram e a impediram na prática.


Sergio Denicoli: Parte considerável da população não vê gravidade na trama que tentou evitar a posse de Lula

Sergio Denicoli considera que os bolsonaristas continuarão acreditando que o ex-presidente é vítima de uma trama para prejudicá-lo. Nos grupos conservadores de Whatsapp, relata, as conversações refutam a ideia de golpe, referindo que Bolsonaro planejou atuar constitucionalmente, motivado pela certeza de que o Judiciário teria agido para eleger Lula.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.