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Simone, Alckmin e Marina: Confira ministros de Lula que foram a favor do impeachment de Dilma

Governo petista tem 7 ministros que defenderam cassação de Dilma; na condição de presidente, Lula tem insistido na tese de que impeachment foi ‘golpe’

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Por Redação

Após assumir a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva tem repetido a tese de que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff foi um “golpe”. O assunto apareceu em seu discurso de posse, no primeiro dia de governo, e foi retomado na última semana, durante a primeira viagem internacional do chefe do Executivo. Em solo argentino, o petista destacou que Dilma foi “injustiçada” por um “golpe de Estado”; no Uruguai, chamou o ex-presidente Michel Temer de “golpista”.

A retórica política de Lula - que também gerou debate nas redes sociais - não impediu que o atual presidente convidasse sete políticos com opiniões favoráveis à cassação de Dilma, à época, para integrar seu terceiro mandato. Um deles, inclusive, compôs a chapa eleita à Presidência: o vice-presidente e ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio, Geraldo Alckmin. Então filiado ao PSDB e governador de São Paulo, ele defendeu abertamente o impedimento de Dilma. A lista conta também com dois nomes que foram de extrema importância na campanha do segundo turno do petista: as ministras Simone Tebet e Marina Silva.

Confira os integrantes do Lula 3 que foram pró-impeachment de Dilma:

Geraldo Alckmin

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Em 2016, na posição de governador paulista, ele afirmou em entrevista ao Estadão que concordava em “gênero, número e grau” com a opinião do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em defender o impeachment de Dilma Rousseff. Na época, ele argumentava que o Brasil sairia mais fortalecido do processo: “Precisamos virar a página e retomar a esperança”.

Após a cassação, Alckmin voltou a defender a medida. “O impeachment consolida o processo democrático e abre perspectivas para o País. Ele vira a página para, rapidamente, se fazer reformas e ganhar confiança”, afirmou o ex-governador, que migrou para o PSB a fim de compor a chapa presidencial com Lula.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente e ministro da industria e comércio, Geraldo Alckmin, durante primeira reunião ministerial realizada na manhã em janeiro. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Já durante campanha de 2022, Alckmin mudou de opinião. Afirmou que o impeachment foi “injusto”, mas refutou a classificação do processo como “golpe”: “Você não pode dizer que foi golpe porque quem presidiu (o processo) foi o Supremo Tribunal Federal (STF). Acho que foi injusto porque, na realidade, Dilma é uma pessoa honesta e correta”.

Simone Tebet

A atual ministra de Planejamento do governo Lula é um dos nomes que defendeu o impeachment da ex-presidente Dilma. Na época, a então senadora afirmou que estava paralisado. “Vivemos uma ingerência de Poderes, um poder tentando atropelar o outro, como aconteceu com o presidente interino da Câmara”, disse, numa referência a Waldir Maranhão (PP-MA), que chegou a suspender a sessão realizada pela Câmara sobre o processo contra a presidente.

A senadora ainda afirmou que o impeachment não era golpe e, sim, democracia: “Venho com uma posição de que temos de seguir com a admissibilidade desse processo”. Ela disse ainda que houve uma fraude fiscal e eleitoral e ressaltou a “maquiagem” que aconteceu nas contas públicas, criticando as “pedaladas fiscais”. Tebet foi uma dos 61 senadores que votaram a favor da cassação do mandato de Dilma em agosto de 2016.

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José Múcio

Como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro Filho foi relator das prestações de contas do governo Dilma. O atual ministro da Defesa, inclusive, foi quem recomentou a reprovação da contabilidade. Na época, o tribunal considerou que a ex-presidente cometeu crime de responsabilidade fiscal ao utilizar recursos de bancos públicos para inflar artificialmente seus resultados e melhorar as contas da União. “Não tenha dúvida. Há um descumprimento de lei. Um banco público não pode emprestar dinheiro para o governo”, disse Múcio.

Na época, em entrevista ao site Pragmatismo Político, Múcio afirmou que todo o processo começou por causa de “uma crise de temperamento” de Dilma. “Quer dizer, foi vaidade, foi soberba, foi falta de humildade, excesso de autoridade. Qualquer político ali, Lula, por exemplo, diria: ‘Fiz para não interromper os programas sociais. E vou pagar.’ Pronto, estava resolvido. ‘Vou consertar’. Mas ela resolveu enfrentar a área técnica da controladoria do governo. E deu no que deu”, disse.

Marina Silva

Mesmo sem cargo público na época, Marina Silva defendeu que seu partido, a Rede Sustentabilidade, votasse a favor do impeachment de Dilma. “A minha posição é que o partido decida pela admissibilidade do impeachment e a liberação da bancada no voto no plenário”, afirmou. “O meu entendimento é que o impeachment não se fabrica, ele se explicita do ponto de vista político. Quanto mais ele se explicita, mais a necessidade de julgamento do TSE.”

Em 2016, a relação de Marina com o PT ainda estava abalada por causa da disputa presidencial de 2014 em que, como candidata, foi alvo de uma campanha de desinformação que tinha como objetivo descontruir sua candidatura.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Marina Silva durante pronunciamento dos novos ministros do seu governo petista. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Carlos Fávaro

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Na posição de vice-governador de Mato Grosso, ainda em 2015, Carlos Fávaro defendia que a crise no País iria continuar enquanto a ex-presidente não “caísse”. No dia da votação, ele foi a Brasília para acompanhar a votação. “Não é golpe, é um ato de democracia previsto na nossa Constituição. Este processo é totalmente legítimo respaldado pela nossa Carta Magna. E a população está atenta a isso, sabe e conhece a verdade e as leis do nosso país. Dizer que isso é golpe é um discurso fácil e desesperado”, disse à época ao portal Olhar Direto.

André de Paula

O atual ministro da Pesca do Lula 3 também foi um dos defensores do impeachment de Dilma. Na época, como deputado federal por Pernambuco e filiado ao PSD, André de Paula participou da votação. “Sr. Presidente, pelos pernambucanos e, de forma especial, pelos 100.785 cidadãos que me honraram com o seu voto para representá-los nesta Casa, fazendo aqui a merecida homenagem a três grandes parlamentares pernambucanos, Raul Jungmann, Cadoca e Fernando Monteiro, que, se estivem na condição de titular, votariam como eu vou votar, pela ética na política, pela decência, por Pernambuco e pelo Brasil, sim!”, discursou.

Juscelino Filho

Em 2016, o atual ministro das Comunicações também era deputado federal - filiado ao DEM do Maranhão (hoje União Brasil) - e votou sim pelo afastamento da ex-presidente. “Sr. Presidente, pela minha família, pelos meus amigos e colegas médicos, pelo povo do meu querido Estado, o Maranhão, que me deu a oportunidade de representá-lo hoje neste momento histórico, em especial pela minha querida Santa Inês e por Vitorino Freire, por um futuro melhor para o nosso Brasil, meu voto é sim!”, disse Juscelino Filho durante o voto.

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