O carnaval passou, os sambas das escolas deste 2011 vão ficar na memória dos fãs e já se começa a pensar no próximo desfile, de fevereiro de 2012. Esse período do ano é sempre um bom palco para o país curtir uma coisa que já há anos é fundamental para os brasileiros (e até para os estrangeiros): música na rua. Gente em festa, alegre, feliz com uma batucada de samba -ou um frevo, um maracatu, um forró danado de bom. Ao fim de tudo, o que fica é o prazer de ter vivido dias e dias sob o império das notas musicais.
Mas tem gente que não gosta de carnaval. Mais: tem gente que abomina carnaval. Gente que não suporta a batida das baterias, não vê graça numa moça-passista. Talvez também não goste de cores - ou seja doente do pé. Paciência. Neste mundão tem gosto para tudo, inclusive para quem detesta a cadência das mulheres lindas a sorrir no gozo do samba. Paciência.
Felizmente, gente como Adoniran e muitos outros, lembrados por amigos do blog, pegaram o sentido da coisa e fizeram bons sambas no passado para que esse gênero da música tivesse futuro também em São Paulo. Outro dia, lendo sobre a obra de Adoniran, encontrei referência da visita do velho sambista a um dos bairros que foram eternizados em sua obra, o Jaçanã.
Estavam lá, nas páginas preservadas do Jornal da Tarde, textos e fotos que narravam o sentimento do artista com a derrubada da estação tão cara àqueles paulistanos. E criou uma letra de samba exclusivamente para o jornal. Uma preciosidade! - pelo menos para quem gosta de samba, de bom humor, da cadência das passistas, da felicidade no rosto das mulheres bonitas, da música nas ruas.
Veja abaixo:
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