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Família responsabiliza PM por morte de adolescente na zona leste de SP

Mãe do jovem, de 15 anos, diz que, ao tentar agarrar o capuz do garoto com a mesma mão que segurava a arma, um tiro acidental foi disparado pelo policial e atingiu a cabeça do rapaz

Por Ricardo Valota
Atualização:

SÃO PAULO - O pai e a madrasta do adolescente Alisson de Paula Guerreiro, de 15 anos, responsabilizam policiais militares da Força Tática do 2º Batalhão pela morte do estudante durante abordagem supostamente desastrosa em frente ao campus São Miguel da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), na Rua Doutor Ussiel Cirilo, na zona leste de São Paulo.

 

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Segundo a costureira Janaína Martins, de 38 anos, o enteado, estudante da 8ª série do 1º Grau, como de costume, estava reunido com amigos em frente à faculdade, onde há alguns barzinhos, quando uma viatura Blazer da PM chegou ao local. Um dos policiais, segundo Janaína, abordou Alisson alegando que realizavam uma blitz.

 

"Com a mesma mão que ele (o policial) segurava a pistola, puxou meu enteado pelo capuz da blusa. Naquele momento a arma disparou e o tiro pegou na cabeça. Em seguida o policial se agachou para procurar pela cápsula que havia caído no chão e depois colocaram Alisson na viatura e o levaram para o hospital. Chegando lá, meu enteado estava com vários tiros na cabeça", afirmou a costureira.

 

O estudante morreu quando era atendido no Hospital Municipal Tide Setubal. "O médico me disse que meu filho chegou no hospital com mais de dois tiros na cabeça", disse Alexandre de Lima Guerreiro, de 38 anos, que trabalha como motorista. O casal se dirigiu até o plantão do 63º Distrito Policial, da Vila Jacuí, onde foi registrado boletim de ocorrência.

 

Segundo o casal, que às 2h45 deste sábado, 11, se deslocava até o 22º Distrito Policial, de São Miguel, onde estava o delegado responsável pelos plantões das duas delegacias, até aquele horário os policiais militares envolvidos no suposto incidente ainda não haviam sido ouvidos oficialmente pela Polícia Civil.

 

Até as 3h15 desta madrugada, nem a Polícia Militar nem a Polícia Civil haviam fornecido algum dado concreto em relação ao ocorrido.

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