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Homem é preso acusado de instalar microcâmeras em vestiário de funcionárias terceirizadas da FGV

Polícia fez busca e apreensão na casa do suspeito e encontrou imagens de pornografia infantil; fundação repudia ‘qualquer forma de assédio, abuso ou discriminação’

Por Fabio Grellet

Um funcionário terceirizado do setor de limpeza de uma unidade da Fundação Getulio Vargas (FGV) localizada na rua Itapeva, na região central de São Paulo, foi preso nesta terça-feira, 6, acusado de instalar duas microcâmeras no vestiário usado por mulheres que atuam no mesmo setor que ele. Segundo a polícia, ele confessou ter instalado os dois equipamentos.

Após obter uma ordem de busca e apreensão, a polícia foi à casa do suspeito, que tem 55 anos, e encontrou armazenadas em seu computador e em CDs imagens pornográficas de crianças e adolescentes. Em nota, a FGV afirma que notificou a empresa responsável pelo serviço de limpeza e pediu o imediato afastamento do funcionário “para apuração dos fatos, conjuntamente com as autoridades policiais”.

Homem é suspeito de instalar duas microcâmeras em tomada e armário de vestiário da FGV Foto: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

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Segundo policiais civis, ao menos uma pessoa envolvida no caso afirmou, em depoimento nesta terça-feira, que a primeira câmera foi descoberta há cerca de dois meses, quando funcionárias terceirizadas do setor de limpeza desconfiaram de uma tomada, devido a um fio elétrico que saía dela.

Nesta terça-feira foi encontrada mais uma câmera, esta dentro de um armário do vestiário, e então o funcionário foi conduzido ao 5.º Distrito Policial, na Aclimação (região central da capital), onde teria confessado o crime e foi preso.

Na casa do homem, a polícia encontrou fotos impressas de funcionárias da limpeza e material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes, guardado em um computador e em centenas de CDs.

O suspeito deve ser indiciado por três crimes: armazenamento de pornografia infantil, previsto no art. 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, que estipula pena de até quatro anos de prisão; filmar a intimidade de alguém sem autorização dela, prevista no art. 216-B do Código Penal e que estipula prisão por até um ano; e por crime de stalking (“perseguição”, em inglês), previsto no art. 147-A do Código Penal, que estipula pena de até dois anos de prisão.

A polícia tem indícios de que o homem perseguia uma das vítimas – uma funcionária terceirizada do setor de limpeza da FGV-SP – a ponto de supostamente ter colocado um localizador na bolsa dela.

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A FGV-SP divulgou nota em que afirma que “tão logo foi informada dos fatos envolvendo prestadores de serviços terceirizados como supostos autores e vítimas, notificou a empresa responsável pelos serviços de limpeza (Colorado Serviços Ltda.), empregadora do funcionário acusado, requerendo seu imediato afastamento e a adoção das medidas necessárias, ‘em caráter de urgência’, para apuração dos ‘fatos, conjuntamente com as autoridades policiais’”.

A nota segue: “Na oportunidade, a FGV não só se colocou inteiramente ‘à disposição para colaborar no que for necessário’, como recomendou à empresa prestadora de serviços que suas funcionárias que se sentissem vítimas do ocorrido registrassem boletins de ocorrência perante as autoridades policiais competentes, o que foi feito e permitiu a apuração, confissão e prisão do autor terceirizado”.

A FGV informou ainda que “não teve conhecimento de que tenha havido funcionários ou alunos seus envolvidos ou vítimas da prática de tais atos” e que “permanecerá contribuindo com as investigações até sua conclusão, reiterando seu repúdio à prática de qualquer forma de assédio, abuso ou discriminação”.

A reportagem tenta contato com a empresa de limpeza e com representantes do suspeito de cometer os crimes.

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