Um avião de pequeno porte caiu na manhã deste sábado, 15, e deixou duas pessoas mortas no município de Quadra, no interior de São Paulo, a 160 quilômetros da capital. As vítimas são, de acordo com a Defesa Civil de Quadra:
- Nelson José Ponzoni, de 77 anos,
- Vivien Neide Barbosa Bonafer Ponzoni, de 74 anos
O casal tinha uma chácara de lazer em Quadra, próxima ao Clube de Voo Aeroquadra, de onde tinham decolado. O Corpo de Bombeiros afirmou que a aeronave caiu em um canavial na região de Guarapó, nos arredores da altura do nº 100 da Estrada Municipal Zulmira Coelho Miranda de Oliveira, que liga Quadra a Tatuí.

Ainda segundo informações preliminares, o avião entrou em chamas logo após a queda. As duas vítimas foram encontradas carbonizadas por equipes de resgate.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 11h30. Ao menos cinco viaturas da corporação foram deslocadas até o local para trabalhar no atendimento da ocorrência e na contenção das chamas. As causas do acidente ainda não foram esclarecidas.

Nelson era piloto da aviação comercial e foi dono de uma empresa de cursos preparatórios para concursos, na Vila Nova Conceição, em São Paulo. Vivien era professora aposentada.
A jornalista Helena Alquezar Gozzano foi aluna de Vivien e lembra com carinho da ex-professora. “Em Sorocaba, tinha uma subsede do Instituto de Sistemas Humanos. A Vivien era psicóloga, terapeuta, e deu aulas neste instituto por vários anos. Eu fui aluna dela”, conta.
Nelson Ponzoni costumava contar que passou a se dedicar à aviação por conselho do ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, quando ele dava aulas na Fundação Getulio Vargas. Ponzoni já era piloto quando decidiu fazer o curso de administração de empresas na FGV, mas, devido às viagens a trabalho, não conseguia acompanhar as aulas.
Ele contou ao programa Porta de Hangar que um dia Bresser-Pereira o abordou, perguntando o que ele estava fazendo que não comparecia ao curso. Ponzoni respondeu que pilotava aviões e acabara de chegar de uma viagem ao Acre. “Então, larga isso aqui e vai voar”, disse-lhe o professor, que ainda não era ministro. Ele não terminou o curso.

Ponzoni começou a carreira como piloto da antiga Vasp, pilotando um Douglas DC-3, um clássico da companhia. “Fui muito feliz com o DC-3, que pilotei até sair da Vasp, três anos depois”, relata no depoimento.
Em seguida, ele foi contratado pela Varig e passou a voar com grandes aeronaves, como o Jumbo 747. “Eu me aposentei na Varig por tempo de serviço em 1995, mas continuei trabalhando como piloto da companhia até 2003.”
Ponzoni, que acumulou mais de 30 mil horas de voo durante sua carreira, ainda trabalhou cerca de um ano na Azul Linhas Aéreas. Ponzoni contou que sempre teve paixão por aviões pequenos e foi dono de várias aeronaves, inclusive um ultraleve.
Ele resumia em uma fase sua paixão pelos aviões: “Sempre fui aviador, graças a Deus, e na outra encarnação quero voltar para ser de novo”.